O presidente deposto da Generalitat, Carles Puigdemont, foi ontem ouvido por um juiz belga que o deixou sair em liberdade, mas sob a proibição de sair da Bélgica, tal como aconteceu aos seus quatro ex-ministros.
Um dia depois desta decisão judicial, Puigdemont publicou um artigo de opinião que intitulou de “isto já não é só sobre a Catalunha, é sobre a própria democracia”.
No texto, o ex-líder catalão lamenta que a “Catalunha seja neste momento o único território da União Europeia a quem se negou a lei pela qual votaram os seus cidadãos; o parlamento eleito pelos seus cidadãos; o presidente eleito por esse parlamento; e o governo que este presidente nomeou no exercício das suas funções”.
Face ao exposto, Puigdemont acusa o Governo central de ter assumido uma posição “arbitrária, antidemocrática e ilegal” ao levar a cabo uma “brutal ofensiva judicial com o objetivo de instigar a prisão massiva e a criminalização dos candidatos que promovem ideias políticas que, há apenas dois anos, obtiveram níveis históricos de apoio”.
“Hoje, os líderes deste projeto democrático estão acusados de rebelião e enfrentam o castigo mais severo do código penal espanhol, o mesmo aplicado em casos de terrorismo e assassinato, 30 anos de prisão”, acrescentou, avisando que tudo isto “terá sérias consequências”.
O líder catalão garantiu que continuará a “denunciar ao mundo inteiro as graves deficiências democráticas evidentes em Espanha” e questionou: “Alguém acredita que o Governo catalão demitido pode esperar um julgamento justo e independente sem pressões políticas ou mediáticas?”.
E a resposta surgiu de seguida: “Eu não”.