"No próximo ano assumiremos o comando da missão da UE [União Europeia] na República Centro-Africana e estamos ansiosos para desenvolver esta nova dimensão de parcerias com outras organizações, que se deve ter no teatro de operações, algumas vezes envolvendo o próprio país", afirmou José Azeredo Lopes, numa conferência.
José Azeredo Lopes esteve na terça e quarta-feira em Vancouver, onde participou na reunião ministerial da Defesa dedicada às operações de manutenção de paz das Nações Unidas, abordando a temática 'proteger os que estão em risco'.
No discurso, o ministro da Defesa Nacional disse que o facto de Portugal comandar a força da UE, ao mesmo tempo com a sua Força de Reação Rápida na MINUSMA [Mali], "juntamente com a experiência dos seus militares, facilitará o diálogo prático e pragmático entre essas organizações".
"Vamos ser mais competentes nessa tarefa, protegendo todos aqueles que necessitam de proteção. Tenho a certeza que vamos aprender e partilhar algumas lições. Esperamos representar uma contribuição prática, pragmática e credível para o aprofundar de parcerias da ONU com outras organizações internacionais no domínio da manutenção de paz", sublinhou.
O ministro afirmou que proteger todos aqueles que estão em risco "é uma prioridade para as missões de manutenção da paz".
Além disso observou o objetivo de "promover uma solução estável, pacífica, inclusiva, possível e viável a nível local", permitindo também que as autoridades locais possam assumir a sua principal responsabilidade na proteção das pessoas em risco.
José Azeredo Lopes defendeu ainda que proteger os que estão em risco é a razão de ser das operações modernas de paz, onde quer que ocorram, e independentemente dos Estados envolvidos em contribuições militares específicas do mandato conferido pelo Conselho de Segurança da ONU.
Esta foi uma das principais razões que levou um regresso "consistente e coerente de Portugal às missões de paz", após uma interrupção de vários anos "devido à crise financeira".
Atualmente, 160 militares portugueses, a maioria comandos, estão na Força de Reação Rápida da Missão Integrada Multidimensional das Nações Unidades na República Centro-Africana (MINUSCA).
Entre novembro de 2016 a maio deste ano, uma equipa da Força Aérea Portuguesa foi integrada na MINUSMA, no Mali, com 68 militares.