O secretário-geral da ONU, António Guterres; Thomas Fletcher, responsável pela coordenação humanitária da organização, e Mirjana Spoljaric, presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, apelaram a Israel para que restabelecesse a ajuda humanitária ao enclave afetado por mais de 15 meses de guerra.
Israel anunciou hoje a suspensão da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, uma decisão denunciada pelo movimento islamita palestiniano Hamas como uma violação do acordo de cessar-fogo, cuja segunda parte devia entrar em vigor este fim de semana.
O movimento rejeitou uma proposta norte-americana de última hora para prolongar a atual trégua que, segundo o Hamas, permitia a Israel renunciar os seus compromissos anteriores.
"É vital que se mantenha o cessar-fogo e a distribuição de ajuda a Gaza (...) enquanto se encontra uma solução duradoura para uma paz duradoura", escreveu Jagan Chapagain, secretário-geral da FICV, na rede social X (antigo Twitter).
António Guterres apelou para o regresso "imediato" da ajuda humanitária e para a libertação de todos os reféns israelitas ainda em poder do Hamas.
"O direito humanitário internacional é claro: devemos ter acesso para fornecer ajuda vital e essencial", escreveu Thomas Fletcher, diretor dos assuntos humanitários da ONU, também na X.
Também o Comité Internacional da Cruz Vermelha referiu que "qualquer inversão da dinâmica criada ao longo das últimas seis semanas corre o risco de mergulhar as pessoas de novo no desespero".
A FICV, que reúne as sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, também reiterou apelos para a "proteção dos civis e dos trabalhadores humanitários" e para a "libertação imediata e incondicional de todos os reféns".
O bloqueio imposto por Israel à estreita faixa de território palestiniano reduziu o número de camiões que transportam ajuda humanitária a poucos por dia, em comparação com cerca de 500 por dia antes do início da guerra.
Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, em 19 de janeiro, centenas de camiões transportam diariamente alimentos, material médico, combustível e bens de primeira necessidade para apoiar mais de dois milhões de civis.
O conflito em Gaza iniciou-se com um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou 1200 mortos em Israel, na sua maioria civis, e fez cerca de 250 reféns, segundo Telavive.
Em resposta, a ofensiva militar israelita matou mais de 48 mil pessoas, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.
As duas partes concordaram com o acordo de cessar-fogo em três fases em meados de janeiro.
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