Organizações humanitárias apelam a Israel para restabelecer ajuda em Gaza

A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) juntou-se às Nações Unidas para apelar à manutenção do cessar-fogo entre Israel e Hamas e à autorização da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

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© Stringer/Anadolu via Getty Images

Lusa
02/03/2025 22:43 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O secretário-geral da ONU, António Guterres; Thomas Fletcher, responsável pela coordenação humanitária da organização, e Mirjana Spoljaric, presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, apelaram a Israel para que restabelecesse a ajuda humanitária ao enclave afetado por mais de 15 meses de guerra.

 

Israel anunciou hoje a suspensão da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, uma decisão denunciada pelo movimento islamita palestiniano Hamas como uma violação do acordo de cessar-fogo, cuja segunda parte devia entrar em vigor este fim de semana.

O movimento rejeitou uma proposta norte-americana de última hora para prolongar a atual trégua que, segundo o Hamas, permitia a Israel renunciar os seus compromissos anteriores.

"É vital que se mantenha o cessar-fogo e a distribuição de ajuda a Gaza (...) enquanto se encontra uma solução duradoura para uma paz duradoura", escreveu Jagan Chapagain, secretário-geral da FICV, na rede social X (antigo Twitter).

António Guterres apelou para o regresso "imediato" da ajuda humanitária e para a libertação de todos os reféns israelitas ainda em poder do Hamas.

"O direito humanitário internacional é claro: devemos ter acesso para fornecer ajuda vital e essencial", escreveu Thomas Fletcher, diretor dos assuntos humanitários da ONU, também na X.

Também o Comité Internacional da Cruz Vermelha referiu que "qualquer inversão da dinâmica criada ao longo das últimas seis semanas corre o risco de mergulhar as pessoas de novo no desespero".

A FICV, que reúne as sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, também reiterou apelos para a "proteção dos civis e dos trabalhadores humanitários" e para a "libertação imediata e incondicional de todos os reféns".

O bloqueio imposto por Israel à estreita faixa de território palestiniano reduziu o número de camiões que transportam ajuda humanitária a poucos por dia, em comparação com cerca de 500 por dia antes do início da guerra.

Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, em 19 de janeiro, centenas de camiões transportam diariamente alimentos, material médico, combustível e bens de primeira necessidade para apoiar mais de dois milhões de civis.

O conflito em Gaza iniciou-se com um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou 1200 mortos em Israel, na sua maioria civis, e fez cerca de 250 reféns, segundo Telavive.

Em resposta, a ofensiva militar israelita matou mais de 48 mil pessoas, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.

As duas partes concordaram com o acordo de cessar-fogo em três fases em meados de janeiro.

Leia Também: Manifestantes junto à casa de Netanyahu exigem libertação de reféns

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