O conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, Michael Waltz, comparou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a "uma ex-namorada que quer discutir tudo o que disseste há nove anos", na sequência do confronto de sexta-feira entre os chefes de Estado.
"Ele está claramente concentrado na crença de que precisa de verificar os factos e de corrigir todas as nuances. É como uma ex-namorada que quer discutir tudo o que disseste há nove anos, em vez de avançar com a relação", disse o responsável, numa entrevista à rádio Breitbart, no sábado.
Waltz atirou ainda que Zelensky tinha "estragado tudo".
Recorde-se que, numa acesa troca de palavras perante as câmaras, Donald Trump e o vice-presidente dos EUA, JD Vance, acusaram Volodymyr Zelensky de recusar negociações de paz com a Rússia e de não estar suficientemente grato pela ajuda norte-americana.
Trump’s national security advisor humiliates Zelensky, comparing him to an annoying "ex-girlfriend"
— NEXTA (@nexta_tv) March 2, 2025
Waltz stated that the U.S. doubts Zelensky’s willingness to end the war and does not believe he is negotiating in good faith.
Michael Waltz said that America needs a Ukrainian… pic.twitter.com/UlYyylB4tA
A altercação levou à saída prematura do presidente ucraniano da Casa Branca, sem assinar o acordo de minerais para o qual tinha viajado para Washington.
Horas mais tarde, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, apelou a Zelensky que pedisse desculpas. Mas, numa entrevista à televisão norte-americana Fox News, o chefe de Estado ucraniano rejeitou um pedido de desculpas a Trump, considerando que "não tinha feito nada de mal".
Na sequência da altercação, os líderes da União Europeia, Canadá e outros países declararam publicamente o apoio a Zelensky e apelaram a uma paz "justa e duradoura" com a Rússia.
Já no sábado, o líder ucraniano disse estar disposto a assinar o acordo que concede aos Estados Unidos o acesso aos minerais estratégicos da Ucrânia, apesar do fracasso das negociações de sexta-feira.
No entanto, garantiu que este acordo "não é suficiente" e que "os ucranianos devem saber que os Estados Unidos estão do [seu] lado".
Entretanto, 18 líderes estão este domingo reunidos em Londres, no Reino Unido, para uma cimeira internacional sobre defesa, no sentido de apresentar novas garantias de segurança para a Europa, depois do encontro entre Trump e Zelensky.
Além da França e Ucrânia, a Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia e Turquia também estão representados.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também estão presentes.
A reunião antecede a cimeira extraordinária sobre a Ucrânia agendada para quinta-feira, em Bruxelas.
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