Lech Walesa "assustado e enojado" com tratamento de Trump a Zelensky

O ex-presidente e ícone da luta anticomunista na Polónia Lech Walesa manifestou-se hoje "assustado e enojado" com a receção do Presidente norte-americano ao homólogo ucraniano na sexta-feira, que lhe fez lembrar interrogatórios do passado.

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© Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images

Lusa
03/03/2025 15:14 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

O Prémio Nobel da Paz de 1983 enviou a Donald Trump uma carta aberta, coassinada por cerca de 40 antigos prisioneiros políticos do regime comunista na Polónia, em reação à altercação com Volodymyr Zelensky.

 

"Foi com horror e repugnância que assistimos à transmissão da sua conversa com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky", escreveram os antigos opositores anticomunistas na carta, divulgada por Walesa nas redes sociais.

Os signatários consideraram ofensiva a expectativa de gratidão pela ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia, numa altura em que "a gratidão é devida aos heroicos soldados ucranianos que derramaram o sangue para defender os valores do mundo livre",

Walesa e os antigos prisioneiros disseram-se assustados com a atmosfera que reinava na Sala Oval da Casa Branca (presidência), que lhes fez lembrar "os interrogatórios executados pelos serviços de segurança e os tribunais comunistas'.

"Estamos chocados com o facto de terem tratado o Presidente Volodymyr Zelensky da mesma forma", declararam na carta citada pela agência francesa AFP.

Zelensky foi praticamente expulso da Casa Branca por um Trump, que ameaçou "deixá-lo cair" se o líder ucraniano não fizesse as pazes com a Rússia nos termos que lhe fossem propostos.

Durante a tensa troca de palavras verificada na Sala Oval, diante da imprensa, Trump e o vice-presidente JD Vance acusaram Zelensky de ingratidão e desrespeito.

O Presidente da Ucrânia saiu de Washington sem assinar o acordo que daria acesso dos Estados Unidos aos minerais ucranianos em troca de apoio de segurança.

Atordoados pela espetacular altercação na Sala Oval, transmitida em direto pelas televisões, muitos líderes, particularmente na Europa, apressaram-se a defender o Presidente ucraniano.

Lech Walesa, 81 anos, foi um dos fundadores do sindicato Solidarnosc (Solidariedade) em 1980, independente do Partido Comunista polaco, e liderou a greve dos trabalhadores dos estaleiros Lenine em Gdansk, no norte da Polónia.

Acabou por ser preso, mas viria a ser libertado em 1982, enquanto o Solidarnosc se tornava um amplo movimento de resistência civil não-violenta.

Com a queda do comunismo, Walesa foi eleito o primeiro Presidente da República da Polónia em democracia, cargo que exerceu entre 1990 e 1995.

Leia Também: Espanha alerta para perigo de cessar-fogo se tornar crónico

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