Embaixada dos EUA pode ser transferida dentro de um ano , diz Netanyahu

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou hoje que os Estados Unidos poderão transferir dentro de um ano, ou seja, bem mais rapidamente do que o previsto, a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, informaram media israelitas.

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Lusa
17/01/2018 14:10 ‧ 17/01/2018 por Lusa

Mundo

Jerusalém

"A embaixada vai ser transferida para Jerusalém mais rapidamente do que pensam, certamente dentro de um ano", disse Netanyahu aos jornalistas que o acompanham na sua visita à Índia.

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, declarou em dezembro que a transferência não deveria ocorrer antes de pelo menos dois anos.

O presidente Donald Trump reconheceu a 6 de dezembro Jerusalém como capital de Israel e anunciou, sem indicar datas, a transferência da embaixada de Telavive para Jerusalém.

O anúncio, aplaudido como "histórico" pelo governo israelita, foi criticado pelos palestinianos e por quase toda a comunidade internacional, tendo feito aumentar a tensão na região.

O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, disse hoje que 30 pessoas morreram, 7.000 ficaram feridas e mil foram detidas devido à resistência à medida.

A agência France Presse contabiliza 17 palestinianos mortos e um israelita desde 6 de dezembro.

Jerusalém Oriental, que os palestinianos reivindicam como capital de um futuro Estado da Palestina, foi ocupada por Israel em 1967 e anexada em 1980 contra a posição da comunidade internacional.

Abbas, que falava numa conferência sobre Jerusalém organizada pela universidade egípcia Al-Azhar, instituição de referência para o islão sunita, disse que "Jerusalém será uma porta para a paz apenas se for a capital da Palestina e será uma porta para a guerra, o medo e a ausência de segurança e estabilidade (...) se não for".

Voltou a apelar aos árabes e muçulmanos para visitarem Jerusalém, considerando que as visitas não representam uma aceitação da posição israelita.

"Não nos abandonem (...) Visitas de muçulmanos, árabes e cristãos dão apoio à cidade, representam proteção para os seus locais sagrados e apoio para os seus residentes (árabes)", declarou Abbas.

O grande imã da Al-Azhar, o principal religioso muçulmano do Egito, xeque Ahmed al-Tayeb, dirigiu-se aos participantes na conferência, classificando de "injusta" a decisão de Trump e defendendo que deve ser combatida com a revitalização da consciência da questão palestiniana.

"Queremos que este ano, 2018, seja o ano de Jerusalém, um ano em que oferecemos apoio moral e material ao povo de Jerusalém", disse o imã.

Al-Tayeb e o papa Teodoro II, o líder espiritual dos cristãos ortodoxos coptas egípcios, disseram que não se encontrarão com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, que visita a região no próximo fim de semana.

 

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