Fundamentais para perceber a dispersão dos seres humanos a partir de África, os 80 idiomas e dialetos da família dravídica são falados no sul e centro da Índia mas também no Paquistão, Afeganistão e Nepal.
As quatro línguas mais faladas têm tradições literárias seculares, a mais antiga dos quais é o Tamil, cuja evolução está documentada em poesia, canções, textos religiosos e seculares.
"O estudo das línguas dravídicas é crucial para perceber a pré-história na Eurásia, uma vez que influenciaram outros grupos de línguas", notou a linguista Annemarie Verkerk, do Instituto Max Planck para as Ciências da História Humana.
A origem exata e a dispersão da língua dravídica não é conhecida, mas o consenso entre a comunidade científica é que os falantes originais eram nativos do subcontinente indiano e já lá estavam quando chegaram os primeiros falantes dos idiomas indo-europeus à Índia, há cerca de 3.500 anos.
O caminho desta investigação será clarificar as relações entre as várias línguas dravídicas e a sua história geográfica.
"Temos aqui uma oportunidade para investigar as interações entre estes povos e outros grupos culturais na área, como os indo-europeus e os austro-asiáticos, numa das grandes encruzilhadas da pré-história humana", afirmou Simon Greenhill, do Instituto Max Planck.