A febre amarela “está às portas da Europa”. O alerta chega do Instituto de Veterinária da Suécia que divulgou as suas conclusões na cimeira da gestão de pragas que se realizou em Cascais.
De acordo com o comunicado enviado à redação do Notícias ao Minuto, três centenas de profissionais das indústrias de gestão de pragas, alimentar e farmacêutica, cientistas e representantes de autoridades de saúde dos quatro continentes apresentaram “uma radiografia global sobre os principais agentes de transmissão de doenças, identificando os fatores que potenciam a sua reprodução e os novos meios de combate mais amigos do ambiente”.
A terceira edição da Cimeira Mundial dos Serviços de Gestão de Pragas para a Saúde Pública e Segurança Alimentar foi então palco das discussões sobre o impacto das alterações climáticas, do desenvolvimento urbano e da mobilização de pessoas contra o aumento da prevalência de pragas como arboviroses, vírus que podem ser transmitidos ao homem por agentes artrópodes, como mosquitos.
Um biólogo especializado em entomologia do Instituto de Veterinária da Suécia, Anders Lindström, alertou para o “surgimento de novas espécies de mosquitos” na Europa, especialmente nos países mais quentes. E estes mosquitos, “que se reproduzem em reservatórios de água em zonas urbanas” podem potenciar o aparecimento na Europa de doenças perigosas
“Mais preocupante é o risco da febre amarela. Costumava ser um problema em África, depois houve um surto na Arábia Saudita e agora estudos recentes sobre anticorpos, desenvolvidos na Turquia e na Tunísia, mostram que a febre amarela está a circular nesses países. Significa que os mosquitos da febre amarela estão mesmo às portas da Europa. Se a febre amarela chegar à Europa, há agentes nativos prontos a transmitir a doença”, explicou a mesma fonte.
Torna-se, por isso, imperioso, de acordo com Rubén Bueno, da Associação Europeia de Controlo de Mosquitos (EMCA), que sejam criados programas de contenção de mosquitos urbanos.