O dia 1 de agosto marca o momento em que o planeta Terra esgota os seus recursos naturais. Por outras palavras, os humanos já consumiram todos os recursos disponíveis para todo o ano.
Mas isto não é tudo e acarreta ainda a agravante de este momento chegar um dia adiantado.
A Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável lembra que esta data, que “passou do final de setembro em 1997 para o início de agosto em 2018, simboliza a pressão sem precedentes que a humanidade e as atividades humanas estão a exercer na natureza e nos seus recursos”.
Feitas as contas, atualmente “seriam precisas 1,7 Terras para sustentar o atual nível estimado de recursos necessários às atividades humanas”.
“Estes dados são claros sobre a necessidade de se produzir e consumir de forma muito diferente. O Overshoot Day indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta com uma intensidade cada vez maior, uma tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida, pois sem este Planeta não sobrevivemos”, diz Ângela Morgado, Diretora Executiva da Associação Natureza Portugal/WWF.
Já Francisco Ferreira, da Zero, sublinha que a “mudança necessária rumo à sustentabilidade não será atingida apenas pela ação individual dos cidadãos”.
“A ação política e das empresas em diferentes setores é crucial”, atira.
No comunicado enviado às redações é enumerado um conjunto de medidas que devem ser tomadas até 2020 de forma a reverter as perdas de natureza até 2030.
Entre as ações a tomar destacam-se a “aposta numa economia circular onde efetivamente a utilização e reutilização de recursos é maximizada”, a “promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável”, a “promoção da mobilidade sustentável” e o “papel do cidadão” em colocar “pressão em todo o sistema de produção” e ao “exigir a nível político e empresarial a democratização da sustentabilidade”.