Os nomes escolhidos pela Polícia Judiciária (PJ) para as suas operações não raras vezes denotam um delicado jogo entre crítica e humor no que respeita ao assunto que tratam (veja-se a Operação Marquês, sobre o antigo primeiro-ministro José Sócrates, ou a Operação e-Toupeira, sobre alegados espiões do Sport Lisboa e Benfica na justiça portuguesa).
Nesta senda, o nome da operação que esta terça-feira foi iniciada na sequência do roubo do paiol militar de Tancos é interessante: Operação Húbris. Sendo que o substantivo feminino húbris significa "orgulho excessivo", também sinónimo de "arrogância", "insolência" ou "soberba".
Recorde-se que, segundo a Procuradoria Geral da República, a investigação prende-se com a encenação montada relativamente à descoberta e recuperação das armas que haviam sido furtadas em Tancos.
Esta manhã de terça-feira foram emitidos oito mandados de detenção, que visavam quatro responsáveis da Polícia Judiciária Militar (PJM), um civil e três elementos da GNR. Entre os suspeitos que foram detidos para interrogatório estão o coronel Luís Augusto Vieira, diretor da PJM, e o comandante da GNR de Loulé, responsável do Núcleo de Investigação Criminal de Loulé.