A queda de um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes.
A bordo do aparelho seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira. Este domingo tornaram-se conhecidas as suas identidades: o médico espanhol Luis Vega, de 50 anos, a enfermeira Daniela Silva, o comandante João Lima e o co-piloto Luís Rosindo.
Foi o INEM quem confirmou as mortes mas sem adiantar causas do acidente, num comunicado divulgado pouco depois das 2h00 de domingo. Os destroços foram encontrados à 1h30.
Num 'briefing' realizado depois da confirmação dada pelo instituto, o comandante distrital da Proteção Civil, Carlos Alves, informou terem sido "encontrados os destroços do helicóptero, com os quatro corpos sem vida, dois junto à aeronave e outros dois mais afastados".
Carlos Alves referiu ainda que os corpos das quatro vítimas foram encontrados 700 metros a sul da capela da Santa Justa, em Valongo.
O primeiro-ministro, António Costa, já reagiu ao acidente. "Quero naturalmente apresentar às famílias e amigos as mais sentidas condolências e dirigir uma palavra de solidariedade para todos aqueles que trabalham no Instituto Nacional de Emergência Médica e que prestam um serviço inestimável aos portugueses", afirmou à Lusa em Abu Dabi.
Último registo do helicóptero terá ocorrido pelas 18h30
Segundo o INEM, o helicóptero iniciou às 15h13 o transporte de uma mulher de 76 anos, com problemas cardíacos graves, a partir do Hospital Distrital de Bragança para o Porto. Num comunicado divulgado às 22h38 de sábado, o instituto referiu que as buscas continuavam em curso.
"O transporte teve início às 15h13, altura em que o helicóptero levantou voo da sua base para o hospital de origem do doente, tendo o mesmo sido entregue aos cuidados das equipas médicas do Hospital de Santo António cerca das 18h10", acrescentou o INEM.
No regresso à base, em Macedo de Cavaleiros, "o último registo do helicóptero terá ocorrido pelas 18h30".
Polémica. Proteção Civil não explica duas horas entre alerta e início das buscas
A geolocalização do rádio SIRESP a partir da identificação dos telemóveis pela Polícia Judiciária permitiu localizar o helicóptero, revelou durante a madrugada o secretário de Estado da Proteção Civil.
Questionado sobre a ausência de resposta entre a hora provável da queda da aeronave (18h30) e o momento em que as operações foram desencadeadas (20h15), José Artur Neves preferiu deixar esse pormenor "para as entidades que farão a investigação do sucedido", frisando que "há também que investigar porque razão a aeronave não emitiu o sinal que devia ter emitido".
Apesar da "polémica que está a existir", o secretário de Estado enfatizou que a "Proteção Civil funcionou" ao mesmo tempo que afirmou desconhecer que os bombeiros "tenham sido avisados primeiro que a Proteção Civil".
Por seu turno, o comandante distrital da Proteção Civil, Carlos Alves, reiterou que "toda a operação se desenvolveu depois de ter chegado alerta à Proteção Civil", explicando que "antes disso há toda uma série de entidades [?] que entram neste processo de despoletar este tipo de operação". Afirmando desconhecer "qual foi a primeira entidade a receber o alerta", Carlos Alves disse também não saber "se houve buscas antes da Proteção Civil ter sido alertada".
Acidente mais grave ocorrido este ano
Este é o acidente aéreo mais grave ocorrido este ano em Portugal, elevando para seis o número de vítimas mortais desde janeiro.
Segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF), este é também o acidente mais grave desde abril do ano passado, quando cinco pessoas morreram com a queda de uma aeronave de matrícula suíça em Tires.
O aparelho descolou do aeródromo de Tires, tendo-se despenhado cerca de dois mil metros depois da descolagem e caído perto de um supermercado. Estavam quatro pessoas a bordo, que morreram, e morreu uma quinta pessoa que estava na zona de descargas da superfície comercial.