Críticas à forma como ciganos tratam cavalos valem demissão no PAN

Tudo aconteceu na Assembleia Municipal da Moita. Questionada pelo partido Pessoas Animais Natureza, deputada colocou o lugar à disposição, o que foi aceite pelo PAN.

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Patrícia Martins Carvalho
25/06/2019 23:28 ‧ 25/06/2019 por Patrícia Martins Carvalho

País

Moita

A deputada no PAN na Moita, Fátima Dâmaso apresentou, na segunda-feira à noite, na Assembleia Municipal, uma moção sobre maus-tratos a cavalos e uso de veículos de tração animal no concelho.

Tal não seria notícia não fosse o facto de a moção ter sido considerada xenófoba pelos restantes deputados da assembleia municipal.

A deputada em causa disse que naquele concelho “verifica-se que existe uma etnia que se multiplicou e que todos os dias se passeia pela Moita e arredores, [com os elementos] empilhados em cima de carroças puxadas por um único cavalo subnutrido, espancado, a desfazer-se em diarreias por não ser abebrado e alimentado sequer e que, por vezes, caem na via pública, não suportando mais”.

Assim que terminou de ler esta frase constante da moção, a revolta tomou conta da assembleia municipal, com Fátima Dâmaso a ser acusada de xenofobia para com a etnia cigana.

Tomando conhecimento da polémica, a Comissão Política Permanente do PAN “contactou de imediato” a deputada que, refere o partido em comunicado, “colocou o cargo à disposição” o que “foi aceite, uma vez que não existem condições políticas para a prossecução das suas funções”.

Na nota publicada esta terça-feira, o PAN admite que a frase em causa tem uma “referência étnica que o partido condena e da qual se desvincula total e perentoriamente, uma vez que os seus valores se pautam pela igualdade plena e pela não discriminação”.

“Apesar de serem legítimas e reais as preocupações em relação a maus tratos a animais num contexto de alto desgaste local por continuadas denúncias ignoradas pela lei e pelas autoridades, tal facto em nada se interliga com grupos, comunidades ou determinadas etnias, mas sim com comportamentos individuais que carecem de sensibilização e com vazios legais que têm de ser resolvidos com urgência”, sublinha o partido.

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