“Os materiais distribuídos no âmbito Programas ‘Aldeia Segura' e ‘Pessoas Seguras’ não são materiais de combate a incêndios nem equipamentos de proteção individual”, esclarece esta sexta-feira a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil em comunicado.
O esclarecimento surge depois de o Jornal de Notícias ter avançado esta sexta-feira que foram entregues pela Proteção Civil 70 mil golas antifumo, no âmbito do programa ‘Aldeias Seguras’, fabricadas com material inflamável. De acordo com o jornal, essas golas tiveram um custo de 125 mil euros.
A ANEPC sublinha que os programas ‘Aldeia Segura’ e ‘Pessoas Seguras’ "(…) visam capacitar as populações no sentido de reforçar a segurança de pessoas e bens, mediante a adoção de medidas de autoproteção, e a realização de simulacros aos planos de evacuação das localidades”.
“Trata-se da primeira grande campanha nacional orientada para a autoproteção da população relativamente ao risco de incêndio rural, bem como à sensibilização para as boas práticas a adotar neste âmbito”, lê-se na nota enviada às redações.
Neste sentido, prossegue a Proteção Civil, “foram produzidos e distribuídos diversos materiais de sensibilização, designadamente o Guia de Implementação dos Programas, os Folhetos de Sensibilização multilingues, a Sinalética identificativa de itinerários de evacuação e de locais de abrigo ou refúgio e os kits de emergência".
Reforça ainda a ANEPC que os materiais em causa “não assumem características de equipamento de proteção individual, e muito menos de combate a incêndios”.
Então, qual o seu papel? “Trata-se sim de material de informação e sensibilização sobre como devem agir as populações em caso de incêndio, aumentando a resiliência dos aglomerados populacionais (...)", frisa a Proteção Civil.
"Tendo presente a responsabilidade de todos os cidadãos na prevenção dos incêndios rurais", frisa por fim a ANEPC, "importa potenciar o envolvimento de toda a comunidade na implementação" dos programas em causa, "os quais enquanto mecanismos de prevenção e de pedagogia têm demonstrado constituir instrumentos extremamente relevantes no âmbito da prevenção dos incêndios rurais".
E, assim sendo, "importa que todos, sem exceção, continuemos a pugnar pela sua divulgação e implementação", remata a Proteção Civil que não irá recolher as golas em causa.
De acordo com o jornal, as golas antifumo, fabricadas em poliéster, "não têm a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro".
O programa 'Aldeia Segura - Pessoas Seguras' está a ser implementado desde 2018 em vários municípios e soma, segundo o jornal, 1.507 oficiais de segurança local - a quem compete encaminhar as populações para os locais de abrigo.
Dois oficiais de segurança do distrito de Castelo Branco disseram ao JN que "a gola aquece muito" e "cheira a cola". Estes oficiais queixaram-se também do colete refletor, também feito em poliéster.