Os 102 migrantes foram resgatados em duas operações distintas esta madrugada, ambas ao abrigo da missão da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex).
Num dos resgates, a sul da ilha de Samos, na Grécia, foram retiradas 32 pessoas de um barco de borracha no mar Egeu -- 14 crianças, 10 mulheres e oito homens.
A GNR adiantou que quando a força se aproximou da embarcação, "os militares aperceberam-se do choro de um bebé", que se encontrava ao colo da mãe, tendo sido resgatado.
Uma migrante, que "apresentava sintomas de doença grave e problemas de saúde, ao nível das vias respiratórias", foi "prontamente assistida pelos militares da GNR".
"Os migrantes foram colocados na embarcação da GNR e transportados em segurança para o Porto de Vathy, e a embarcação apreendida, tendo ainda sido identificado o possível facilitador do transporte, um homem com cerca de 50 anos. Muitas vezes o facilitador tem o objetivo de controlar as vítimas e posteriormente vir a beneficiar da sua exploração, coagindo as mesmas através do medo, de abusos ou ameaças, ficando reféns destes facilitadores", refere a GNR em comunicado.
Em outra operação, uma ação de vigilância junto à costa do Posto de Observação Móvel da Unidade de Controlo de Costeiro detetou uma outra embarcação, com 70 migrantes a bordo, acima da lotação do barco, "o que poderia colocar em causa a navegabilidade".
"De imediato, a equipa estabeleceu contacto com uma embarcação da Alemanha, que se encontrava nas imediações e ao serviço da Frontex, o que possibilitou efetuar o resgate com sucesso. Os migrantes foram encaminhados para o porto de Karlovasi, onde desembarcaram em segurança", adianta a GNR.
Integrada na missão da Frontex, a GNR "desenvolve ações nas fronteiras terrestres e marítimas com a finalidade de prevenir, detetar e reprimir ilícitos relacionados com a imigração ilegal, tráfico de seres humanos e outros crimes transfronteiriços, contribuindo fundamentalmente para a salvaguarda de vidas humanas".
Recentemente a Frontex, a agência responsável pelas fronteiras externas da União Europeia foi acusada por vários media de tolerar abusos cometidos sobre migrantes por funcionários locais e de ela própria violar os direitos humanos em expulsões.
Uma investigação conjunta do site de investigação Correctiv, do diário britânico The Guardian e do canal de televisão alemão ARD acusa a Frontex de deixar os guardas de fronteira "na Bulgária, Hungria e Grécia" perseguirem os migrantes com cães, utilizar sprays pimenta ou de reprimi-los de forma brutal.
Os três meios de comunicação afirmam basear-se em "centenas de documentos internos da Frontex" para demonstrar esses abusos, regularmente "classificados como sem seguimento" pela agência europeia, referiu a ARD nos primeiros excertos revelados no seu site.
A Comissão Europeia prometeu investigar as acusações de alegada cumplicidade da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira com os maus tratos contra migrantes e refugiados na Bulgária, Hungria e Grécia.