Carlos Neves, presidente da Proteção Civil dos Açores, fez, cerca das 7h30, um ponto de situação acerca da passagem do furacão Lorenzo pelo arquipélago dos Açores. Registaram-se quedas de árvores, obstrução de estradas, danos em moradias e postes caídos, num total de cerca de 50 ocorrências: 3 na ilha Terceira, 7 em São Jorge, 7 no Pico, 20 no Faial, 14 nas Flores e duas no Corvo. Não há feridos a registar, apenas danos materiais.
De acordo com o responsável, registaram-se ainda situações de desalojados em duas ilhas do arquipélago, "duas em São Jorge e três nas Flores", que foram, entretanto, "resolvidas", com as pessoas a já se encontrarem realojadas.
"Registam-se ainda alguns cortes de energia na zona de Santa Cruz das Flores e também as redes de comunicações estão com alguns problemas", acrescentou ainda Carlos Neves.
As informações oficiais dão conta de que a rajada máxima atingiu os 145 km/h na ilha do Faial, sendo que nas Flores e no Corvo se registaram ventos "muito perto desse valor".
A maior preocupação é agora a agitação marítima: "A tempestade ainda não se está concretamente a afastar, ainda está muito próxima do grupo Ocidental. É lógico que está a caminhar para Norte, agora uma das preocupações é a agitação marítima. No grupo Central estão um pouco mais atrasado os efeitos", revelou ainda, no ponto de situação, o presidente da Proteção Civil dos Açores.
"Penso que, de facto, este furacão poderá ser o mais forte dos últimos 20 a 22 anos" a atingir os Açores, disse Carlos Neves.
Na ilha das Flores haverá já "alguma acalmia" uma vez que não se nota que o vento esteja a aumentar: "Possivelmente poder-se-á manter nas próximas horas ainda com esta intensidade e depois irá descer pouco a pouco".
Há ainda uma situação que a Proteção Civil está a confirmar, de uma "situação corrida no porto das Lajes das Flores com o desaparecimento de parte de um molhe e de um edifício de apoio e de alguns contentores", referiu o responsável, sem poder ainda explicitar de forma concreta o que se passou, mas garantindo que não há feridos ou desaparecidos.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) dos Açores declarou hoje que o período crítico do furacão Lorenzo decorrerá até às 09h00 da região - mais uma hora em Portugal Continental -, afetando maioritariamente a ilha das Flores e do Corvo.