António Costa foi chamado como testemunha de defesa de Azeredo Lopes no processo de Tancos. O nome do primeiro-ministro é o primeiro de uma lista de nove testemunhas que foram arroladas pelo ex-ministro da Defesa, que está acusado de quatro crimes.
A informação foi avançada, esta quarta-feira, pelo Observador. O jornal online traz a público que o chefe de Governo foi chamado ao processo depois de o diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) não ter considerado fundamental interrogar António Costa na fase de inquérito.
Na altura, a Procuradoria-Geral da República fez saber que chegou a ser “equacionada a pertinência da inquirição como testemunhas do Presidente da República e do primeiro-ministro”. Mas o responsável do DCIAP considerou que não era necessário arrolar o Chefe de Estado - e Marcelo Rebelo de Sousa - como testemunhas.
O ex-ministro, recorde-se, foi constituído arguido no processo que investiga o furto e a operação da Polícia Judiciária Militar de recuperação do material furtado, realizada sem o conhecimento da Polícia Judiciária, que era titular do processo.
Em comunicado enviado à Lusa, Azeredo Lopes considerou, na altura, que a condição de arguido, apesar de garantir mais direitos processuais, era "absolutamente inexplicável", tendo em conta que o seu envolvimento no processo "foi apenas de tutela política".
Entretanto, o ex-ministro da Defesa, à semelhança do antigo diretor da PJ Militar Luis Vieira, entregou o Requerimento de Abertura de Instrução (RAI), uma fase facultativa do processo, dirigida por um juiz, e que serve para os arguidos contestarem a acusação e assim tentarem evitar ir a julgamento.
No âmbito deste processo há 23 arguidos, que foram acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.