Zero pede ao Governo apoio aos biocombustíveis no OE2020
A associação ambientalista Zero congratulou hoje a Carris por utilizar autocarros a biodiesel e apelou ao Governo para seguir o exemplo e apoiar a incorporação de biocombustíveis com origem em resíduos no Orçamento do Estado para 2020.
© Reuters
País biocombustíveis
"[A Zero] aproveita esta ocasião para apelar ao Governo para incluir no Orçamento do Estado [OE2020] medidas que prevejam um aumento da incorporação de biocombustíveis com origem em resíduos", escreve a associação ambientalista num comunicado.
Para a Zero -- Associação Sistema Terrestre Sustentável, a integração de medidas sobre biocombustíveis no OE2020 tem como objetivo cumprir a meta de 10% de incorporação de energias renováveis nos transportes terrestres.
Na nota, a associação ambientalista lembra ainda que "é fundamental que o Governo corrija o erro crasso que cometeu na aprovação do OE2019, em que reduziu a incorporação nos transportes terrestres dos biocombustíveis com origem em resíduos".
Segundo a Zero, na altura, o Governo argumentou que o objetivo da redução era diminuir o custo do gasóleo.
No entanto, a associação relembrou que fez vários apelos ao ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, e ao secretário de Estado da Energia, João Galamba, para reverter a situação.
"A Zero esclareceu os responsáveis do Ministério que a utilização de biocombustíveis produzidos a partir de resíduos não tinha qualquer influência no preço daquele combustível [gasóleo]", pode ler-se no comunicado.
A associação adiantou também que "a razão da substancial diferença de preços em relação a Espanha tinha apenas a ver com o IVA e o Imposto Sobre Produtos Petrolíferos, que são muito mais baixos do que em Portugal".
Segundo a associação ambientalista, os biocombustíveis com origem em resíduos "não implicam um aumento do custo dos combustíveis" e inserem-se numa lógica de economia circular.
No comunicado, a Zero congratulou a iniciativa da Carris e da Prio ao promoverem a utilização de biodiesel produzido a partir de óleos alimentares usados, em detrimento da utilização dos óleos vegetais virgens, nomeadamente o óleo de palma.
A Carris e a PRIO lançaram hoje, em Lisboa, a primeira carreira de autocarros a biodiesel, produzido a partir da reciclagem de óleos alimentares usados, para reduzir em 83% as emissões de gases com efeito de estufa.
Em comunicado, a empresa de transportes públicos de Lisboa adianta que seis autocarros da Carris, que asseguram todos os dias o percurso da carreira 702, entre a Serafina e o Marquês de Pombal, já estão a circular com o biocombustível (B100) produzido na fábrica da Prio no Porto de Aveiro.
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