Numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado afirma que "um resultado clarificador, que se verificou nas eleições legislativas no Reino Unido, é positivo para Portugal, pois vai permitir um acordo para uma saída ordenada do nosso aliado de tantos séculos da União Europeia".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, isso permitirá proteger os interesses dos portugueses residentes no Reino Unido, assim como dos cidadãos britânicos que residem em Portugal, e também as empresas dos dois países e da União Europeia, "para um futuro relacionamento profícuo e no interesse comum".
Após a vitória do Partido Conservador com maioria absoluta nas eleições de quinta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu hoje que o 'Brexit' vai para a frente no dia 31 de janeiro.
"Vou pôr fim a este absurdo e vamos consegui-lo até 31 de janeiro", declarou Johnson aos seus apoiantes.
Com 648 dos 650 dos assentos atribuídos, o Partido Conservador garantiu já 363, contra 203 do Partido Trabalhista, que perdeu 59, e 48 do Partido Nacionalista Escocês.
Cerca de 46 milhões de britânicos votaram na quinta-feira nas eleições legislativas antecipadas no Reino Unido, as terceiras em menos de cinco anos, convocadas pelo governo para tentar desbloquear o impasse criado no parlamento pelo processo de saída do país da União Europeia.
A votos estiveram os 650 assentos na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do parlamento britânico, aos quais concorreram 3.322 candidatos.
Na quinta-feira, ainda antes de conhecidos os resultados das eleições no Reino Unido, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre este ato eleitoral e, escusando-se a "comentar o que se passa noutros países", reiterou a sua posição sobre o 'Brexit'.
"Posso dizer o que sempre disse: tudo o que permita uma saída com acordo é uma notícia razoável e mil vezes preferível a uma saída sem acordo. Tudo o que signifique que amanhã há condições para o Reino Unido ir ter com a União Europeia e dizer 'nós temos este acordo, é em função deste acordo', é uma notícia muito apreciável", considerou.