Leitura do acórdão de Rosa Grilo e António Joaquim adiada
Rosa Grilo e António Joaquim estão acusados de coautoria no homicídio do triatleta Luís Grilo. Leitura da sentença, agendada para as 14h de esta sexta-feira, foi adiada. Coletivo de juízes argumenta com necessidade de mais tempo.
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País Luís Grilo
A leitura do acórdão do processo em que Rosa Grilo e António Joaquim estão acusados do homicídio do triatleta Luís Grilo, marido da arguida, foi hoje adiada, sem ser anunciada uma nova data. A defesa tem agora 15 dias para fazer requerimentos, o que remete a leitura do acórdão para depois desse prazo.
O tribunal de júri procedeu à alteração não substancial de factos constantes da acusação e, como os advogados dos arguidos não prescindiram do prazo para se pronunciar, a leitura do acórdão foi adiada.
À entrada do tribunal, a advogada de Rosa Grilo manifestou ter "esperança reduzida" na absolvição da sua constituinte e sublinhou que tudo era possível, podendo a viúva ser condenada no mínimo a 17 anos de prisão e no máximo a 25.
Nas alegações finais, realizadas em 26 de novembro de 2019, o procurador do Ministério Público (MP), Raul Farias, tinha pedido a condenação dos arguidos a penas de prisão superiores a 20 anos, enquanto as defesas apontaram falhas à investigação da Polícia Judiciária e pediram a absolvição dos constituintes.
Na acusação, o MP atribui a António Joaquim, entretanto posto em liberdade, a autoria do disparo sobre Luís Grilo, na presença de Rosa Grilo, que se mantém em prisão preventiva, no momento em que o triatleta dormia no quarto de hóspedes na casa do casal, na localidade de Cachoeiras, Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa).
O crime terá sido cometido para poderem assumir a relação amorosa e beneficiarem dos bens da vítima - 500.000 euros em indemnizações de vários seguros e outros montantes depositados em contas bancárias tituladas por Luís Grilo, além da habitação.
O despacho de acusação do MP, divulgado pela Lusa em 26 de março de 2019, conta que, em 15 de julho de 2018, os dois arguidos, de 43 anos, após trocarem 22 mensagens escritas em três minutos, "combinando os últimos detalhes relativo ao plano por ambos delineado para tirar a vida de Luís Grilo", acordaram desligar os respetivos telemóveis.
Numa hora não apurada, mas entre essa noite e a manhã do dia seguinte, "em execução do plano comum que já haviam acordado há pelo menos sete semanas", António Joaquim, dirigiu-se à casa onde residiam Luís Grilo e Rosa Grilo, com uma arma de fogo municiada.
A acusação relata que o arguido entrou na residência "com o conhecimento" da arguida e que ambos se dirigiram ao quarto de hóspedes, localizado no primeiro andar, onde Luís Grilo dormia.
No dia após a morte do triatleta, António Joaquim começou a frequentar a casa de Rosa Grilo, "não obstante estarem em curso diligências tendentes à localização do paradeiro de Luís Grilo por familiares, amigos e autoridades policiais", segundo a acusação.
O corpo foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição mais de um mês após o desaparecimento, a cerca de 160 quilómetros da sua casa, na zona de Benavila, concelho de Avis, distrito de Portalegre.
Na acusação, o MP pede que seja aplicada a Rosa Grilo a pena acessória da declaração de indignidade sucessória (sem direito a herança) e a António Joaquim (oficial de justiça) a pena acessória de suspensão de exercício de funções públicas.
O MP, em representação do filho menor de Rosa Grilo e do triatleta, apresentou um pedido de indemnização civil de 100 mil euros contra os arguidos.
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