Barragens do Tâmega são "estratégicas" para fecho de centrais a carvão

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje, em Ribeira de Pena, que o Sistema Eletroprodutor do Tâmega é "estratégico" para permitir o encerramento das duas centrais a carvão ainda em funcionamento, a do Pego em 2021 e Sines em 2023.

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Lusa
28/01/2020 14:43 ‧ 28/01/2020 por Lusa

País

António Costa

 

"Para o ano encerraremos a central de carvão do Pego, mas só em 2023 encerraremos a de Sines, porque só em 2023 poderemos contar para a segurança do abastecimento energético do país com o pleno funcionamento do sistema que aqui está a ser construído", disse o chefe do Governo.

António Costa falava em Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, após uma visita à barragem de Daivões e à subestação de Gouvães, inseridas no Sistema Eletroprodutor do Tâmega, um dos maiores complexos hidroelétricos que está a ser construído em Portugal.

O primeiro-ministro admitiu ter vivido uma "manhã feliz" nesta visita a Ribeira de Pena, onde diz que existirá "grande bateria natural".

E salientou: "Porque a reserva que aqui constituímos é a reserva que pode satisfazer as nossas necessidades energéticas naqueles dias em que não há sol, vento e em que possamos ter menor caudal de água disponível".

Para Costa, esta é uma "reserva estratégica" também para a desativação, ainda nesta legislatura, "das duas centrais a carvão que estão a ser utilizadas.

"Fizemos depender precisamente o encerramento da última dessas centrais da conclusão e da plena entrada em funcionamento deste sistema", frisou.

Nas três barragens que estão a ser construídas no Alto Tâmega, Daivões, Gouvães e Alto Tâmega irá ser produzido "06% do consumo nacional".

"A sua capacidade de armazenamento vai assegurar a estabilidade e segurança do consumo que nos permite cumprir com segurança esta meta de encerrarmos, nos próximos três anos, as duas centrais a carvão de que ainda dependemos", salientou.

Costa considerou "impressionante" ver o que está a acontecer naquele território e "verificar como se pode transformar e aproveitar a nossa natureza para produzir algo que é absolutamente essencial para o dia-a-dia e para o desenvolvimento económico, a energia", salientou.

O primeiro-ministro lembrou que Portugal tem "uma meta muito ambiciosa" e frisou que foi o "primeiro país do mundo a assumir, logo em 2016, o compromisso da neutralidade carbónica em 2050 e a aprovar, no ano passado, um roteiro integrado para alcançar este objetivo".

"É também um país que tem uma grande necessidade. É um dos países que mais afetado poderá ser pelas alterações climáticas: erosão costeira, pela seca e pelo elevado risco de incêndio florestal", destacou.

E, para Costa, se o país quer alcançar a "meta de ter uma redução de 50% das emissões em 2030, ainda tem que fazer um percurso de 36% relativamente à situação atual".

"Para que isso aconteça é fundamental trabalharmos na área da energia e a meta que temos também é ambiciosa. Hoje já temos 54, 55% da nossa eletricidade fonte em energias renováveis, mas temos que chegar a 2030 com 80%.", salientou.

Nesta visita, o primeiro-ministro esteve acompanhado pelo ministro do Ambiente e Ação Climática e o presidente da Iberdrola Ignacio Galán.

O Complexo Hidroelétrico de Armazenamento de Energia do Tâmega, cujo concessionário é a Iberdrola, representa um investimento total 1.500 milhões de euros.

O empreendimento contempla duas das barragens, situadas no rio Tâmega (Daivões e Alto Tâmega) e a terceira no rio Torno (Gouvães).

Com os seus 1.158 MW, aumentará em 6% a potência instalada em Portugal e as obras deverão estar concluídas até 2023.

 

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