Ataque a Alcochete? "Não há argumentos para o que aconteceu"

O antigo presidente do Sporting José Sousa Cintra foi uma das testemunhas ouvidas, esta sexta-feira, no julgamento do ataque à Academia de Alcochete.

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Silvia Abreu
14/02/2020 11:09 ‧ 14/02/2020 por Silvia Abreu

País

Sousa Cintra

José Sousa Cintra que liderou o Sporting entre 1989 e 1995 e que ocupou a presidência da SAD durante dois meses, por nomeação, após a saída de Bruno de Carvalho, foi uma das testemunhas arrolada pelo arguido Guilherme Gata de Sousa - que Sousa Cintra disse "não conhecer" - e que foram ouvidas esta sexta-feira, no Tribunal de Monsanto, onde decorre o julgamento do ataque à Academia de Alcochete

À saída do tribunal, o antigo presidente revelou que as "guerras" que têm marcado o clube não fazem parte do "caminho" que vê como correto e que "um diálogo entre todas as partes podia ter evitado isto". 

"Temos um passado que nos orgulha. Não é só jogar e ganhar, é na forma de estarmos também. Festa e não guerra", disse. 

Sousa Cintra foi o responsável pelo regresso de alguns jogadores, incluindo Bas Dost, que referiu ter sido o jogador que mais "traumatizado" ficou

"Disse [aos jogadores] que não ia acontecer nada e não aconteceu, tiveram a segurança toda. O Bas Dost foi de facto o que ficou mais traumatizado. Foi um acidente da vida, inesperado, mas aconteceu. Não há argumentos para o que aconteceu. Ele tinha medo, arranjou segurança", conta, referindo que o clube propôs aos jogadores facultar segurança.

Para Sousa Cintra o que tem faltado é "diálogo". "O diálogo é indispensável, nunca vi ninguém ganhar nada com guerras. Mas pronto, entraram por uma guerra desenfreada. não sei onde isto vai parar. O meu caminho não é esse. As pessoas têm de ser responsáveis", continuou. 

Questionado sobre se considera voltar a candidatar-se à presidência dos leões, Sousa Cintra garante que não. "Já dei o meu contributo ao Sporting, darei sempre, mas não me vou candidatar a presidente."

O processo, que está a ser julgado no tribunal de Monsanto, tem 44 arguidos, acusados da coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.

Bruno de Carvalho, à data presidente do clube, 'Mustafá', líder da Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados de autoria moral de todos os crimes.

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