Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, António Cardoso, disse que a escola "fez o que tinha a fazer" e elogiou o facto de não ter sido criado "um alarmismo desnecessário" junto de todos os pais.
"Não há qualquer sintoma [do novo coronavírus] nem há nada. As crianças foram aconselhadas a irem para casa uma semana, os pais aceitaram e, felizmente, tudo está a correr normalmente", acrescentou o autarca.
Em causa está a Escola Básica Domingos de Abreu, que conta com mais de 300 crianças, entre pré-primária e 1.º ciclo.
A representante dos pais, Clara Malainho Carneiro, disse à Lusa que um aluno esteve em Milão com a mãe no fim de semana de Carnaval, tendo regressado à escola na quinta-feira, conjuntamente com o irmão.
"Passaram todo o dia na escola e só na sexta-feira é que um deles contou à professora que tinha estado em Milão. Os dois irmãos foram mandados para casa, a coordenadora da escola comunicou ao agrupamento mas o agrupamento achou por bem não informar os pais das restantes crianças, alegadamente para não criar alarme", contou.
Disse ainda que não foi feita a "devida limpeza preventiva" na escola durante o fim de semana.
"Só hoje é que apareceram com umas caixinhas com álcool para cada uma das turmas", criticou.
Segundo Clara Malainho, só no sábado é que os pais "começaram a ouvir falar" sobre a situação da escola.
"Os alarmes soaram, naturalmente. Somos pais e ficamos preocupados. Consideramos que tínhamos o direito de ser informados e que o agrupamento tinha o dever de o fazer", acrescentou.
Para o presidente da Câmara, a escola "esteve muito bem", tendo tomado todas as medidas necessárias mas agindo com discrição, para não criar alarme junto da comunidade escolar.
"Os pais dos alunos em causa foram chamados à escola, manifestaram logo disponibilidade para colaborar, felizmente não há quaisquer sintomas e está tudo a correr bem", esclareceu António Cardoso.
A Direção-Geral de Saúde (DGS) confirmou hoje o segundo caso de infeção com o novo coronavírus em Portugal, um homem de 33 anos que está internado no Centro Hospitalar de São João, no Porto.
As autoridades de saúde anunciaram hoje de manhã em conferência de imprensa que havia um caso confirmado de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, e um caso suspeito que aguardava uma contra-análise.
Segundo a DGS, o resultado da contra-análise deu positivo, confirmando-se assim o segundo caso de Covid-19 em Portugal, um homem de 33 anos, que reportou os primeiros sintomas no dia 26 de fevereiro e tem uma ligação epidemiológica a Valência, em Espanha.
O primeiro caso confirmado foi o de um homem de 60 anos que está internado no Hospital de Santo António, integrado no Centro Hospitalar Universitário do Porto, e que reportou os primeiros sintomas no dia 29 de fevereiro, depois de ter estado no norte da Itália.