Portugal diz que está a negociar repatriação de cidadãos dos PALOP

O Governo português diz que está a negociar a possibilidade de repatriação dos cidadãos que têm pedido o seu regresso dos PALOP, apesar das restrições colocadas por alguns países africanos, no combate à Covid-19.

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Lusa
19/03/2020 21:27 ‧ 19/03/2020 por Lusa

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Covid-19

 

"Temos estado em contacto com todos os PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] colocando duas perguntas: quantos são os portugueses que querem regressar; se são autorizados voos para o seu regresso", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em declarações à Lusa.

Santos Silva diz que já recebeu luz verde de Cabo Verde, para a repatriação dos portugueses que queiram regressar, apesar das restrições que esse país está a colocar para entradas e saídas de estrangeiros, como medidas de contenção à propagação do novo coronavírus.

Também Angola e a Guiné têm restrições de mobilidade externa e ainda não deram resposta ao Governo português sobre as possibilidades de regresso dos portugueses, cujo número o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) não consegue neste momento estimar.

"Ainda não tive qualquer resposta do Governo da Guiné. E, relativamente a Angola, apenas hoje foram apresentados pedidos, pelo que só agora iniciei contactos com o Governo de Luanda", explicou Santos Silva.

O ministro diz que até agora contava com o apoio da TAP para as operações de repatriação dos países de língua oficial portuguesa, mas foi informado de que a companhia aérea portuguesa cancelou os voos para África e estava a limitar as ligações com o Brasil, que ficaram confinadas a Rio de Janeiro e São Paulo.

Assim, o MNE diz que estudará as opções para operações de repatriação que venham a ser pedidas, admitindo que o número de pedidos aumente à medida que suba o número de casos de contaminação nesses países, que para já se mantém em níveis baixos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9.000 morreram.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

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