Técnicos de educação social pedem regulamentação para evitar "desastre"

Os técnicos de educação social criticaram hoje a manutenção de atividades lúdicas ou pedagógicas de grupos em alguns equipamentos sociais e pedem regulamentação específica para o setor social, à semelhança de outras áreas, para que se evite "um desastre".

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Lusa
23/03/2020 18:44 ‧ 23/03/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

Em comunicado, a Associação dos Profissionais Técnicos Superiores de Educação Social (APTSES) recorda as palavras recentes da ministra da Saúde a reforçar a necessidade da existência de planos de contingência de combate à covid-19 nos lares e equipamentos do setor social e defende que "tal como outras áreas de serviços se têm vindo a regulamentar com orientações e obrigatoriedades específicas, o terceiro setor também necessita, com urgência, de regulamentação específica para as entidades de economia social".

"Sabemos que mesmo com regulamentação há sempre entidades que teimam em não cumprir, mas também há as que tomam outro tipo de consciencialização sobre o cumprimento das regras. Será um desastre social se não se tiver em atenção a regulamentação para este setor", acrescenta-se no comunicado.

A APTSES afirma estar a receber relatos de profissionais que criticam a manutenção de atividades lúdicas de grupo, alertando ainda para o número crescente de denúncias de falta de material de proteção individual, como luvas, desinfetantes, máscaras e aventais.

"Não consideramos que a realização de atividades lúdicas em salas fechadas com mais de duas pessoas seja uma necessidade básica. Os profissionais não podem desempenhar a sua atividade sem o uso devido de material de proteção e desinfeção. Sem ele, colocam em causa a sua segurança e dos seus clientes/utentes", lê-se no comunicado em que também se defende que muitas destas situações podem ser substituídas por teletrabalho, uma opção mais recomendável e que salvaguarda a saúde de técnicos e utentes, sobretudo os mais idosos.

"Temos verificado que muitos dos profissionais continuam a ir trabalhar sem planos de rotatividade, sem períodos de quarentena, desinfeção e materiais de proteção. Muitos educadores sociais e outros profissionais não têm acesso a locais específicos para troca de roupa ou sala de isolamento, conforme recomendado", critica ainda a associação no mesmo comunicado.

Aos associados a APTSES deixa uma conjunto de recomendações com base nas orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), entre as quais pede que se evitem admissões de novos utentes nos equipamentos sociais, mas se isso acontecer que seja respeitado e garantido o período de quarentena e realizado o teste de despiste da covid- 19.

Para casos suspeitos pede também que seja garantido um local para isolamento.

Em Portugal, há 23 mortes e 2.060 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral de Saúde.

Dos infetados, 201 estão internados, 47 dos quais em unidades de cuidados intensivos.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 341 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

 

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