"Precisamos que sejam feitos testes por todos os lares rapidamente"

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social (CNIS) salientou hoje a importância de se fazerem testes em todos os lares "rapidamente e em força" e de se arranjarem espaços para separar idosos já infetados.

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Lusa
30/03/2020 10:16 ‧ 30/03/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

Em declarações à agência Lusa no dia em que o Governo inicia uma operação de testes de despiste da covid-19 em todos os lares de idosos nos concelhos de Lisboa, Aveiro, Évora e Guarda, o presidente da CNIS, padre Lino Maia sublinhou que "esta foi a decisão mais acertada".

"Não vou dizer que peca por tardia, mas nós precisamos de facto que sejam feitos testes por todos os lares rapidamente e em força e ao mesmo tempo precisamos de ter espaços para podermos separar idosos que estejam já infetados dos que não estão infetados", disse.

De acordo com o padre Lino Maia, tem estado a ser feito alguma coisa, mas ainda não chega.

"Tem de ser feito com o apoio da comunidade. Os lares das IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] já estão todos com a capacidade esgotada. Precisamos de espaços alternativos", disse.

O presidente da CNIS lembrou que são 843 IPSS em todo o país, que também têm apoio domiciliário e centro de dia.

"Estamos a falar de uma população das IPSS de 60 a 70 mil. Com apoio domiciliário e centros de dia estaremos a falar de cerca de 150 mil pessoas", disse.

O Governo já anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar de acompanhamento permanente dos lares que pode ser chamada em caso de emergência, enquanto as Forças Armadas podem ajudar na higienização de lares.

A CNIS juntamente com outras instituições e entidades faz parte desta equipa multidisciplinar de acompanhamento dos lares.

"Estamos em articulação permanente. Está a correr bem. Estamos todos de mãos dadas, todos no mesmo barco. O importante é continuar assim, a enfrentar a situação durante estes meses. Isto é fundamental", concluiu.

Os testes vão começar a ser feitos hoje em quatro concelhos , sendo uma operação conjunta entre os Ministérios do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (que tutela os lares) articulada com o Ministério da Ciência, em parceria com a Cruz Vermelha e o Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa, que criou uma versão própria de um kit de diagnóstico do vírus.

"Vamos iniciar na segunda-feira [hoje] uma operação para testar a covid nos lares de todo o país, para prevenir a contaminação e a propagação", disse ao jornal a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.

Assim, a partir de hoje os testes vão realizar-se nos concelhos de Lisboa, Aveiro, Évora e Guarda e a meio da semana irão estender-se aos lares dos concelhos de Loulé e Portimão, através do Centro de Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve, em colaboração com o IMM.

A ministra do Trabalho revelou que foi feita uma análise de risco em função dos concelhos onde há mais lares com maior número de pessoas.

"Vamos começar com os profissionais que estão a trabalhar nos lares e também em pessoas que tenham algum tipo de suspeita e sintomas", adiantou.

Ana Mendes Godinho esclareceu que esta operação nos lares é preventiva e é paralela à operação normal do Ministério da Saúde quando são detetados casos.

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