É com o trabalho que os portugueses mais se preocupam, neste momento, enquanto se encontram confinados às suas residências (ou ainda a trabalhar, no caso de serviços essenciais). Esta é a conclusão de um estudo evolutivo, com a apresentação de resultados semanais, da autoria do projeto PsiQuaren10 do ISPA – Instituto Universitário, coordenado pela professora Ivone Patrão.
Este estudo, que pretende fazer uma leitura sobre o impacto psicossocial da quarentena nos portugueses, revela que "até agora 55% dos participantes sentem-se preocupados com o futuro da atividade, sendo o desemprego a situação mais reportada, seguida de preocupações financeiras", segundo se pode ler no comunicado enviado às redações.
"As três preocupações atuais mais identificadas são: a saúde (contágio, exposição e evolução negativa da doença), o desemprego e a crise financeira. Ao nível do impacto psicossocial, 58% sente que a quarentena perturbou muito as suas rotinas; 35% sente que a quarentena tem perturbado muito o seu sono e 16% sente que necessita de apoio psicológico para lidar com a quarentena. Ao nível do impacto emocional 51% sentem-se muito ansiosos, 37% sentem-se exaustos; 35% sentem-se irritados e 28% sentem-se muito deprimidos", lê-se.
O estudo revela, ainda, que 38% dos inquiridos sentem mais conflitos familiares agora do que antes da quarentena e na questão do tempo passado online, 85% admite passar agora mais horas na Internet.
As maiores necessidades durante a quarentena são o convívio social, a manutenção ou existência de rotinas/ocupação do tempo e preocupações com o exercício físico, saúde e/ou alimentação.
O levantamento foi feito com recurso a um universo de 317 participantes, até à data.