Costa tem "obviamente" medo de ser contaminado mas ainda não fez testes
O primeiro-ministro, António Costa, afirma que, como toda a gente, tem medo de ser contaminado pelo coronavírus, mas ainda não fez nenhum teste, e conta que não vê a mãe e os filhos há várias semanas.
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País Covid-19
"Tenho obviamente o temor de que todos temos, mas confio mais naquilo que são as recomendações das autoridades de saúde", diz o líder do executivo em entrevista à agência Lusa.
"Essas normas têm evoluído e vou-me ajustando e procurando cumprir as recomendações que vão dando", acrescenta.
Quanto aos testes, revelou que não fez até agora e que só o fará se for essa a indicação médica.
"O teste é uma questão absolutamente de pura lógica, que nos diz qual é a nossa condição no momento em que fizemos o teste. Nada garante que cinco minutos depois, mesmo um nanossegundo depois, a nossa situação já não seja distinta", justifica.
António Costa manifesta-se contra a chamada "multiplicação de testes por ansiedade", alegando que "devem ser feitos quando há algum motivo, quando há uma suspeita de que as pessoas têm sintomas ou estiverem em contacto regular com pessoas de risco".
Quanto às normas de distanciamento social, reconhece que ainda não as interiorizou por completo, como ficou demonstrado na passada quinta-feira, quando apertou a mão em direto nas televisões ao titular da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, após a conferência de imprensa do Conselho de Ministros sobre o recomeço das aulas.
"Foi um momento de falha humana", assume.
Desde o início da crise da pandemia da covid-19 que António Costa se tem deslocado por todo o país sem proteção visível, mas não exclui a hipótese de vir a colocar máscara.
"Se um dia for essa a recomendação da Direção-Geral da Saúde, com certeza que me verão de máscara, tal como se estiver em contacto com alguém que esteja contagiado, como já é recomendação da Direção-Geral", afirma.
"Usarei uma máscara, como uso uma luva que comprei na farmácia quando vou ao multibanco, por exemplo, porque não quero contaminar involuntariamente outros ou, já agora, correr o risco de ser contaminado", acrescenta.
"Tenho receio" - prossegue -, "mas se não sou eu que confio nas instruções das autoridades de saúde, como é que eu posso pedir aos cidadãos que tenham confiança nas suas instruções? Tenho de as cumprir, naturalmente", remata.
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