Revelou, esta terça-feira, António Lacerda Sales, na já habitual conferência de imprensa de atualização de informação relativa à Covid-19, que "está novamente autorizado o gozo de férias pelos profissionais de saúde".
Considerou o Ministério da Saúde que "é preciso devolver alguma normalidade à vida dos enfermeiros e profissionais de saúde". Com efeito, a tutela decidiu "revogar o despacho de 15 março que restringia o gozo de férias de forma a que não fosse posta em causa a prestação de cuidados de saúde durante a pandemia". Este gozo de férias estará, no entanto, dependente da necessidade de assegurar o normal funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O anúncio foi feito no dia em que se assinala o Dia Internacional do Enfermeiro, data que o secretário de Estado da Saúde não deixou de assinalar.
O governante aproveitou para "saudar" a bastonária da Ordem dos Enfermeiros e os profissionais desta área, que são "uma das maiores forças do SNS. Temos mais de 46 mil a trabalhar no SNS, 800 dos quais contratados no âmbito desta pandemia". Os enfermeiros são não só "cruciais na pandemia, mas também na atividade para além do Covid, transformando Portugal num caso de sucesso".
Segunda vaga?
Quanto à probabilidade de uma segunda vaga, António Lacerda Sales foi perentório: “Não há valores probabilísticos definidos. Será sempre uma possibilidade e temos de ter uma almofada de preparação".
O governante foi ainda mais além e, neste domínio, parafraseou o primeiro-ministro, referindo que “se for necessário dar um passo atrás, daremos um passo atrás”. O secretário de Estado apelou ainda à "consciência social" para que Portugal possa "evoluir para o novo normal".
Já quanto às medidas a adotar, uma segunda vaga poderá traduzir-se na aplicação de medidas já adotadas, que serão adequadas à "proporcionalidade e ao dinamismo de um eventual segundo surto".
As boas práticas recomendadas aos setores de atividade
Revelou Graça Freitas, que também marcou presença no 'briefing' diário, que "a DGS estabelece um conjunto de regras, de boas práticas, que nesta fase se destinam à retoma faseada da vida normal, mas um novo tipo de normalidade".
Com efeito, "cada regra, cada orientação, ou norma da DGS é muito negociada com os parceiros, ao nível dos ministérios, do setor privado e social. Não faz sentido a DGS fazer regras desfasadas da realidade e das pessoas que as vão aplicar". As regras são aplicadas "sempre em parceria", embora possa existir algum "afinamento", dependendo de cada setor de atividade.
"Este conjunto de medidas tem eficácia comprovada"
Mais de dois meses se passaram desde que Portugal registou o primeiro caso de Covid-19. Desde então, vários cientistas têm-se dedicado ao estudo deste vírus que teve o seu epicentro na China. Questionada relativamente às medidas de prevenção de contágio comprovadas, a diretora-geral da saúde começou por assumir que "todos temos muitas incertezas, mas há duas coisas que sabemos desde o início, que é a forma como o vírus se transmite".
O SARS-CoV-2, acrescentou, tem "duas vias preferenciais" de transmissão, "uma é a via direta, que vai de uma pessoa para a outra através de gotículas, através da saliva, espirro, ou da tosse. Passa de uma pessoa para a outra". A "outra é a via indireta, através da contaminação das superfícies, dos objetos, com gotículas no interior das quais se encontram vírus”.
Neste contexto, a responsável reiterou a importância de "método eficazes", como o "distanciamento físico entre duas pessoas" e o uso da "barreira", isto é, da "máscara", que foi recomendada como "complemento". Destacou ainda Graça Freitas as "medidas de higiene respiratória", como não "falar, tossir ou espirrar para cara de outra pessoa". Para além disso, "lavar muitas vezes as mãos" continua a ser determinante.
De salientar ainda a relevância da higiene das superfícies e dos objetos. "Algumas pessoas tomam essas medidas quando voltam do supermercado. Por exemplo, deixam os sapatos, vão lavar as mãos porque mexeram em coisas fora de casa. Este conjunto de medidas tem eficácia comprovada".
Regresso dos emigrantes no verão. Quarentena obrigatória?
Em vários países, como em Espanha, está a ser adotada a obrigatoriedade de realização de quarentena a quem chega ao país para evitar a propagação da Covid-19.
Revelou António Sales que essa questão está a ser articulada e, por exemplo, em relação a Espanha, a tutela está em "permanente contacto com o governo espanhol no sentido de podermos articular quaisquer medidas ou decisões que possam vir a ser tomadas e igualmente faremos com os países de proveniência. São situações que ainda não estão completamente definidas, mas que irão ao encontro do que queremos que é ter os emigrantes connosco, mas com medidas de segurança".
Recorde aqui a conferência de imprensa:
[Notícia em atualização]