"Percebo as preocupações dos profissionais e estamos preocupados com a segurança dos doentes que transportamos e com os nossos profissionais. Mas a limpeza é uma das suas funções e competências", disse Luís Meira.
"Em todas as mais de 100 ambulâncias do INEM no país os profissionais têm competências para garantir a desinfeção", afirmou o presidente do Conselho Diretivo do INEM, na conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde sobre a evolução da pandemia no país.
De acordo com o presidente do INEM, o apoio de equipas da GNR e do exército na limpeza de viaturas, que agora terminou levando a críticas do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), estava previsto apenas "para a fase de contenção" da pandemia e a atuação depende das "justificações científicas e técnicas adequadas a cada momento".
O STEPH criticou hoje a decisão do INEM de terem de ser os técnicos a fazer a desinfeção das ambulâncias, que era assegurada pela Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, alertando, nomeadamente para o tempo que a operação vai demorar.
Hoje de manhã, em declarações à agência Lusa, o presidente do sindicato, Pedro Moreira, questionou se a desinfeção feita pelos técnicos garante o mesmo nível de proteção do que a realizada pela GNR.
"Se o próprio instituto reconheceu a necessidade dessa desinfeção ser feita e garantida pela GNR com material e equipamento que por eles era prestado, e que agora não está a ser disponibilizado pelo instituto, interrogámos o que é que levou a isso" e se "garante o mesmo nível de proteção", disse Pedro Moreira.
O Jornal de Notícias avança na edição de hoje que as ambulâncias do INEM em Lisboa, onde se concentra agora o surto de covid-19, não saíram na segunda-feira em serviço enquanto os profissionais não viram desinfetados os veículos.
Em causa está o encerramento das linhas de descontaminação de viaturas e fardas, após a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR ter deixado de fazer tal serviço.
Os técnicos de Lisboa recusaram-se a sair na segunda-feira e exigiram a reposição do nível de desinfeção, refere o jornal, adiantando que, para ativar dois de seis veículos, o INEM teve de recorrer então a um privado, mas convocou os operacionais para comparecer hoje perante a direção do organismo.
O INEM explicou ao JN que quer que a desinfeção "volte à sua rotina habitual", feita pelos técnicos, assegurando que estes têm "todos os equipamentos e produtos necessários para cumprir aquela que é uma das suas funções: garantir a manutenção e prontidão das ambulâncias".