"Neste momento não considero que Portugal possa ter um risco maior do que outros países da União Europeia", afirmou o diretor dos serviços de Alerta e Emergências Sanitárias do Ministério da Saúde espanhol, Fernando Simón, em resposta a uma pergunta feita durante a videoconferência de imprensa diária sobre a atualização da evolução da pandemia.
O responsável pela luta contra a covid-19 em Espanha considerou que "os portugueses fizeram um trabalho excelente", com um "esforço magnífico" para controlar a pandemia.
Portugal registou até hoje um total de 1.465 mortes relacionadas com a covid-19, mais 10 do que na quinta-feira, e 33.969 infetados, mais 377, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde, em Lisboa.
Fernando Simón começou por comparar a evolução, em Portugal, "muito boa" e "similar" à das comunidades autónomas espanholas que fazem fronteira com o país.
"É verdade que Portugal nestes últimos dias está a ter um incremento [de casos] em relação ao que era esperado pela evolução da pandemia até à data", disse o diretor dos serviços sanitários espanhóis, que reconheceu não saber "muito bem" quais as causas para isso acontecer.
Fernando Simón qualificou os "incrementos" nos "últimos dois ou três dias" como sendo "não muito grandes, mas importantes para uma população que é 4,5 mais pequena do que a espanhola".
O Ministério da Saúde espanhol registou uma morte por covid-19 nas últimas 24 horas e 52 nos últimos sete dias, sendo o total de mortes no país devido à pandemia de 27.134.
Segundo os números divulgados hoje, há 177 novos casos diagnosticados com a doença, elevando para 240.978 o total de infetados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.
De acordo com a página da internet da Worldometer, um sítio de referência que fornece estimativas e estatísticas em tempo real, enquanto, por cada milhão de habitantes, Portugal tem 3.331 casos de covida-19 e 144 mortes, a Espanha tem 6.154 e 580, respetivamente.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 391 mil mortos e infetou mais de 6,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.