Ida a julgamento? Era "mais do que previsível", diz ex-ministro

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes reiterou hoje a sua inocência no caso de Tancos e considerou que a sua ida a julgamento era "mais do que previsível", tendo em contas o "histórico das partes processuais".

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© Ministério da Defesa

Lusa
26/06/2020 19:44 ‧ 26/06/2020 por Lusa

País

Azeredo Lopes

"A ser verdade o que está na comunicação social, uma vez que ainda não fui notificado, é uma decisão mais do que previsível, considerando o histórico das partes processuais", segundo Azeredo Lopes, numa declaração escrita enviada à Lusa.

O juiz de instrução Carlos Alexandre decidiu hoje levar a julgamento os 23 arguidos do processo sobre o furto das armas de Tancos, entre os quais Azeredo Lopes nos exatos termos da acusação, segundo fonte da defesa.

O ex-governante, que se demitiu do cargo no seguimento do processo que investigou o furto e o achamento das armas dos paióis nacionais2, acrescentou que vai a julgamento demonstrar mais uma vez a sua inocência.

"Iremos a julgamento demonstrar novamente a minha inocência, como já fizemos na fase de instrução", sublinhou.

O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-ministro da Defesa, o diretor nacional da Polícia Judiciária Militar (PJM) Luís Vieira, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão e o ex-fuzileiro João Paulino, que segundo o Ministério Público foi o mentor do furto, os quais respondem por um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação até falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais e os restantes 14, entre os quais Azeredo Lopes, que se demitiu do cargo político no seguimento do processo, e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do equipamento.

O Ministério Público tinha pedido que todos os arguidos fossem a julgamento nos exatos termos em que foram acusados e o juiz concordou.

O caso do furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

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