A ministra da Saúde, Marta Temido, falou esta manhã aos jornalistas, à margem de uma visita a centros de saúde em construção em Lisboa, sobre as linhas orientadoras do plano outono/inverno para a Covid-19 e as críticas por parte da Ordem dos Médicos e administradores hospitalares, referindo que "a operacionalização do plano faz-se todos os dias".
"Faz-se com os administradores hospitalares, temos mais de 40 hospitais no SNS, cada um com o seu Conselho de Administração, que garantem a operacionalização do plano, mas temos também as Direções executivas dos ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde], as nossas Administrações Regionais de Saúde, temos o Instituto Ricardo Jorge, o Infarmed, a Direção-Geral da Saúde", enumerou Temido, acrescentando que, portanto, "a operacionalização do plano depende de um conjunto significativo de atores e é com eles que contamos para a implementação e estou certa de que podemos contar com eles".
Confrontada também com o facto de o Bloco de Esquerda ter apontado que este ano havia menos médicos no SNS do que no ano passado, a governante indicou que, "por força do contexto pandémico, os concursos para colocação de recém-especialistas na primeira época - que começam em maio e estão concluídos no início de agosto - só agora estão em curso".
"E é por isso que temos, neste momento, apesar de termos mais médicos no SNS, temos menos especialistas. Esta é uma situação que é específica do mês de setembro (...) Temos mais médicos do que tínhamos no final de 2019, temos mais médicos do que tínhamos no período comparável de 2019", destacou, avançando que, "pontualmente, quando olhamos para setembro de 2020, verificamos que temos cerca de menos 200 médicos especialistas, é uma situação que decorre da delonga na conclusão do concurso de recém-especialistas".
Concluído o concurso, "que conta com 950 vagas para as vagas para a área hospitalar e de saúde pública e com 444 para a área de medicina geral e familiar", explicou a ministra, "vamos ficar novamente numa situação de vantagem face a todos os indicadores".
Já sobre as palavras do sindicato que afirma que só estão a trabalhar com um terço dos enfermeiros nos hospitais, Marta Temido frisou que "nunca o Serviço Nacional de Saúde teve tantos profissionais de saúde". "Desde o período excecional de recrutamento entraram mais de quatro mil profissionais, estamos a tratar de garantir que eles podem permanecer no SNS".
"Sempre a trabalhar para reforçar os recursos humanos do SNS", concluiu.