"Neste momento, estão ativos 49 surtos em escolas com 449 casos reportados", disse Graça Freitas na conferência de imprensa de atualização de informação sobre a pandemia de Covid-19 em Portugal.
Nestes casos reportados, que integram creches, escolas e o ensino superior, não estão ainda todos os alunos do programa Erasmus que "têm sido bastante identificados em várias zonas do país", ressalvou a diretora-geral da Saúde.
Graça Freitas realçou os resultados de uma sondagem da Intercampus feita para o jornal Negócios e CMTV/CM que revela que apenas 17% dos inquiridos considera que o regresso às aulas presenciais correu mal.
Para a diretora-geral da Saúde, a sondagem confirma o que as autoridades de saúde têm vindo a dizer e manifesta a confiança dos portugueses.
"As pessoas viram este regresso à escola como um movimento seguro e positivo, atendendo a que a comunidade escolar mobiliza diariamente e regularmente 1,2 milhões de pessoas, fora as que indiretamente estão ligadas a este movimento, parece-me que de facto no início do ano letivo estas semanas que já decorreram têm um saldo bastante positivo", salientou.
Questionada sobre se o trabalho para rever as orientações para enfrentar a pandemia nas escolas, que estava a ser feito entre a DGS e a direção dos estabelecimentos escolares, já terminou, Graça Freitas afirmou que "este é um trabalho nunca acabado".
"A parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação tem décadas. Nós temos equipas de saúde escolar que acompanham o desenvolvimento dos anos letivos e, portanto, vamos continuar este trabalho", que, adiantou, assenta em "três ordens de questões", sendo a primeira responder através de fax às dúvidas mais frequentes dos profissionais.
"A segunda é alinhar o referencial para a Educação com os normativos que vão saindo da Direção-Geral da Saúde e a terceira é entre os dois ministérios, de trabalhar no sentido de monitorizar o número de casos, independentemente de estarem ou não integrados em surtos", disse Graça Freitas.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.229 pessoas dos 106.271 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.