Depois de receber a Ordem dos enfermeiros, o Presidente da República encontrou-se, na tarde desta quarta-feira, com a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.
No final da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Paula Martins reconheceu aos jornalistas que a época vacinal contra a gripe podia ter sido feita de outra forma.
“É verdade que podíamos ter feito uma preparação mais cuidada e coordenada, sem dúvida nenhuma, desta época vacinal, porque estamos numa fase de pandemia e pela importância da vacinação contra a gripe. Nós temos muita gente que não são grupo de risco, que nunca se vacinaram e que agora se querem vacinar", salientou, acrescentando que, apesar de a ideia ser vacinar 700 mil portugueses até dezembro, as vacinas da gripe que já chegaram devem esgotar-se até ao final da semana.
Sobre a Covid-19, a bastonária revelou ter transmitido ao chefe de Estado que há falhas na comunicação das autoridades de saúde aos portugueses, principalmente, na transmissão da importância do cumprimento das regras sanitárias.
Para Ana Paula Martins é também fundamental que seja criada uma "unidade de missão" para analisar de que forma será possível responder a outras patologias além do novo coronavírus, nomeadamente, cirurgias e exames complementares de diagnóstico que estão a ser adiados desde março.
"Temos que dar resposta à Covid, mas também a outros doentes, essa foi a nossa grande preocupação. Acreditamos que tem que haver uma grande objetividade e um programa de recuperação excecional, ainda que transitório, entre o resto deste ano e o princípio do próximo, um programa de recuperação das listas de espera", apontou.
Recorde-se que estas duas audiências surgem na sequência de uma série de reuniões em que o chefe de Estado pretende ouvir diferentes opiniões para avaliar a resposta à Covid-19.
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