Matosinhos quer que Governo decrete dever de permanência no domicílio

A Câmara de Matosinhos vai propor ao Governo que decrete o dever de permanência no domicílio, exceto em circulações autorizadas, e que implemente, até 15 de novembro, o ensino à distância para 3.º ciclo, secundário, ensino profissional e universitário.

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Lusa
28/10/2020 13:53 ‧ 28/10/2020 por Lusa

País

Covid-19

Em conferência de imprensa, a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, afirmou hoje ser "essencial" que o Governo adote "medidas supramunicipais" na Área Metropolitana do Porto (AMP).

"Importa que haja orientações nacionais (...). O risco que corremos é no Natal estarmos em confinamento e interessa agora tomar medidas. Que se tracem medidas agora, para não se terem de tomar medidas mais sérias no futuro", defendeu a autarca socialista.

Nesse sentido, a Comissão Municipal da Proteção Civil (CMPC) vai propor ao Governo que decrete o dever de permanência nos domicílios, à exceção das circulações autorizadas, nomeadamente para atividades profissionais, saúde, aquisição de bens essenciais, fruição ao ar livre, assistência a pessoas vulneráveis e frequência de estabelecimentos escolares.

"Queremos uma atuação do Governo e fico satisfeita que já tenha sido convocado um Concelho Ministros extraordinário para sábado", destacou Luísa Salgueiro.

A autarca salientou ainda que, neste momento, 130 turmas do concelho estão em quarentena e que "o maior número de situações de confinamento resulta de casos no meio escolar".

Por essa razão, a CMPC vai também propor ao Governo que seja implementado, até 15 de novembro, o ensino à distância para os alunos do 3.º ciclo, ensino secundário, profissional e universitário.

Segundo Luísa Salgueiro, face à idade destes estudantes, o ensino à distância não condicionará os agregados familiares, pelo que a intenção é que a medida seja "transitória" e reavaliada consoante a evolução da situação epidemiológica.

Paralelamente, a CMPC vai também propor a partilha da localização georreferenciada dos casos de infeção e das suas quarentenas com os serviços municipais de Proteção Civil, bem como os locais de deteção de surtos.

Além destas medidas, pretende-se ainda a criação de um dispositivo de reforço da capacidade operacional dos corpos de bombeiros para dar resposta à covid-19.

"Se não estancarmos já a situação, ela vai piorar mais à frente", considerou Luísa Salgueiro, afirmando, em resposta aos jornalistas, estar a dialogar com os presidentes da Câmara de Vila Nova de Gaia e do Porto, bem como com o presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil do Porto, autarca de Gondomar, Marco Martins.

Hoje, Marco Martins apresentou uma proposta ao Governo para que, em função do aumento crescente do número de casos de covid-19 na região, decrete o recolher obrigatório no distrito.

Em declarações à agência Lusa, Marco Martins disse ter falado com a maioria dos autarcas do distrito e que todos concordaram que são necessárias "medidas mais graves, mas medidas que façam o equilíbrio entre a saúde pública e a economia".

Também o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) disse hoje querer que o Governo decrete o Estado de Emergência, generalizando as medidas de combate à covid-19 "a todo o país" de forma "coerente e homogénea".

"Neste momento é difícil defender outra coisa que não seja o Estado de Emergência. Tem de existir cobertura jurídica e legal para tomar medidas imprescindíveis. Isto não se resolve com medidas milagrosas. As medidas em concelhos em concreto não são viáveis. Temos interdependências regionais e pendularidades diárias", disse Eduardo Vítor Rodrigues, líder da AMP e presidente da Câmara de Gaia.

Em Portugal, morreram 2.371 pessoas dos 124.432 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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