Segundo o despacho, a que agência Lusa teve acesso, "não está autorizada qualquer alteração aos horários de funcionamento para cada estabelecimento comercial, devendo ser praticados horários que se encontram em vigor, salvaguardando as restrições decorrentes das normas e cominações legais do estado de emergência".
Medidas semelhantes foram decididas hoje pelos municípios de Cascais e de Lisboa.
Na quarta-feira, a Jerónimo Martins, dona da cadeia Pingo Doce, anunciou que iria antecipar a abertura da "maioria das suas lojas" para as 06:30, no fim de semana, devido às limitações de circulação impostas no contexto da pandemia de covid-19, para evitar a concentração de pessoas durante a manhã.
Na madrugada de domingo, após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que a circulação estará limitada nos próximos dois fins de semana entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo e as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda-feira nos 121 concelhos de maior risco de contágio pelo novo coronavírus.
Segundo o decreto que regula a aplicação do estado de emergência decretado pelo Presidente da República, em vigor desde segunda-feira, são permitidas as "deslocações a mercearias e supermercados e outros estabelecimentos de venda de produtos alimentares e de higiene, para pessoas e animais".
Nestes estabelecimentos, lê-se no diploma, "podem também ser adquiridos outros produtos que aí se encontrem disponíveis".
O Governo decretou também o recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 nos dias de semana, que se iniciou na segunda-feira e vai prolongar-se até 23 de novembro, nos 121 municípios mais afetados pela pandemia.
As medidas afetam 7,1 milhões de pessoas, correspondente a 70% da população de Portugal, dado que os 121 municípios incluem todos os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.285.160 mortos em mais de 52,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.181 pessoas dos 198.011 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.