Suspeitos de falsificação de cartas de condução ficam em liberdade

Os oito suspeitos detidos pela Polícia Judiciária (PJ) no âmbito de uma operação relacionada com processos de revalidação de cartas de condução automóvel ficaram em liberdade, mas proibidos de contactarem entre si, segundo fonte ligada ao processo.

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Lusa
16/12/2020 22:47 ‧ 16/12/2020 por Lusa

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Os detidos, sete homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 42 e os 74 anos, incluindo dois médicos, foram ouvidos durante a tarde desta quarta-feira no Tribunal de Castelo Branco e ficaram em liberdade após o primeiro interrogatório judicial.

Fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que o Tribunal aplicou aos oito arguidos a medida de coação de proibição de contactos entre si.

Por decisão judicial, os dois médicos ficam ainda proibidos de emitirem atestados para renovação de cartas de condução e os outros seis suspeitos de exercerem a atividade relacionada com a revalidação das cartas de condução automóvel.

A PJ anunciou esta quarta-feira a detenção de oito suspeitos de associação criminosa, corrupção, falsificação de documentos, evasão fiscal e branqueamento de capitais, no âmbito de processos de revalidação de cartas de condução, no distrito de Castelo Branco.

Segundo um comunicado do Departamento de Investigação Criminal da PJ da Guarda, os oito detidos são suspeitos de integrarem uma associação criminosa, "responsável pela prática de crimes de corrupção no setor privado, falsificação de documentos e outros ilícitos".

"Esta atividade ilícita ocorria no âmbito de processos de revalidação de cartas de condução automóvel, com recurso a falsos atestados médicos e/ou certificados de aptidão física e mental, sem prévia consulta de avaliação pessoal, suspeitando-se que terão beneficiado aproximadamente oito mil indivíduos", referiu a fonte.

As detenções ocorreram no âmbito da operação "Consulta Zero", que incluiu a realização de três dezenas de buscas, domiciliárias e outras, tendo sido "identificados milhares de condutores, três escolas de condução, quatro estabelecimentos comerciais, que também prestam diversos serviços especializados, designadamente como intermediários junto do Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), e, pelo menos, dois médicos, com aqueles conluiados, todos maioritariamente residentes e sedeados nos concelhos do Fundão, Covilhã, Castelo Branco e Idanha-a-Nova".

"Até à presente data e no âmbito da mesma investigação, foram já identificadas e constituídas arguidas cerca de quatrocentas pessoas", segundo a nota.

Ainda de acordo com a PJ, a operação "Consulta Zero", que permitiu a "apreensão de relevantes elementos de prova", contou com a presença de, aproximadamente, cinquenta operacionais daquela polícia, incluindo vários peritos das Unidades Nacionais de Perícia Financeira e Contabilística, de Tecnologia Informática e do Laboratório de Polícia Científica.

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