O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que o facto de o processo de vacinação contra a Covid-19 ser longo não é razão para "esmorecer" ou para se "ficar com menos esperança".
"Não. É sinal que estamos em luta, uma luta contra a pandemia, uma luta que estamos a ganhar porque já temos vacina (...) E é uma luta que vamos ganhar", atirou, durante a conferência de imprensa que se seguiu ao encontro com Charles Michel, em Lisboa, a propósito da presidência portuguesa da União Europeia.
António Costa destacou "o momento único que estamos a viver na história da humanidade", referindo que o processo de vacinação em curso é uma "coisa absolutamente extraordinária".
"Nunca como agora esteve em curso um processo de vacinação onde, simultaneamente, só na Europa, vamos vacinar 450 milhões de pessoas", relevou, pedindo compreensão: "É preciso compreender que não se produzem num dia 450 milhões de doses nem se administram num dia 450 milhões".
O chefe do Governo relembrou que o processo de vacinação vai decorrer ao longo de todo o ano, alertando também que o calendário previsto pode sofrer alterações consoante as entregas, ou porque se consegue aumentar a produção, ou devido a problemas que possam ocorrer.
A este propósito, o primeiro-ministro afirmou que "temos de saber gerir a nossa ansiedade". "Eu percebo bem. Estamos todos fartos de termos esta ameaça da Covid-19", disse, sugerindo um exercício de memória: "Há uns meses, o que nos diziam é que era impossível haver vacina. Agora já há vacinas. Mais, já há pessoas vacinadas".
"A Comissão Europeia conseguiu fazer a compra, cada Estado-membro tem a liberdade de poder definir o seu próprio plano de vacinação e estamos todos a fazer o nosso melhor para atingir os objetivos", assegurou.
António Costa disse ainda que o grosso da vacinação contra a Covid-19 vai ocorrer no segundo e no terceiro trimestres deste ano, sendo que o plano se desenvolve até ao primeiro trimestre de 2022.
"Portanto, é preciso termos a consciência que a descoberta, a compra, a distribuição e a administração da vacina, não se faz num dia", reforçou, afirmando que o processo de vacinação vai ter que ser seguido de forma "metódica" para garantir o objetivo de todos os cidadãos da Europa serem vacinados contra a Covid-19.
Porque só dessa forma "restabeleceremos plenamente mercado interno liberdade de circulação", rematou.
Portugal à imagem dos restantes países da União Europeia, iniciou a vacinação contra a Covid-19 no passado dia 27 de dezembro. Cada país elaborou o seu próprio plano.
Por cá, os primeiros a serem vacinados estão a ser os profissionais de saúde, estando também já, desde esta segunda-feira, a decorrer a vacinação nos lares de idosos. Ao todo, já foram administradas 32 mil doses de vacinas, adiantou Graça Freitas na conferência de imprensa da Direção-Geral de Saúde desta terça-feira.
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