Portugal entra na sexta-feira num novo confinamento generalizado, devido ao agravamento da situação epidemiológica, mas, ao contrário do primeiro, que decorreu em março e em abril de 2020, as escolas não encerram, mantendo-se as aulas presenciais, com o Governo a admitir que o ensino à distância prejudica a aprendizagem dos alunos, em particular dos mais carenciados.
Para Marçal Grilo, que foi o orador convidado de uma videoconferência promovida pela Federação Nacional da Educação, "a medida de deixar as escolas abertas é arriscada", atendendo ao estado da pandemia, que considerou "um pouco descontrolada", pelo que deverá ser feito "um acompanhamento, uma avaliação" da medida e "correção se for caso disso".
Secundando os sindicatos, o antigo ministro da Educação advogou que os professores deviam ser priorizados na vacinação contra a covid-19, uma vez que, em seu entender, são profissionais de "serviços essenciais".
Eduardo Marçal Grilo participou hoje na primeira videoconferência do ciclo "Que caminhos para a escola na pós-pandemia?", que a Federação Nacional da Educação promove até abril.
A pandemia da covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.384 pessoas dos 517.806 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O país registou hoje um novo máximo diário de infeções, 10.698, e mais 148 mortes. Na quarta-feira, o número de mortos diário comunicado, 156, foi o mais elevado desde o início da pandemia.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.