Vacina. Enfermeiros com reações incapacitantes? Efeitos são os esperados

Dores fortes, febre, astenia, mialgias intensas e cefaleias são algumas das reações adversas mais indicadas pelos profissionais de saúde, mas nenhum destes efeitos indesejados são novidade. Até agora, menos de 1% dos vacinados em Portugal manifestou efeitos secundários.

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© Alvaro Fuente/NurPhoto via Getty Images

Melissa Lopes
22/01/2021 19:45 ‧ 22/01/2021 por Melissa Lopes

País

Pandemia

A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros aconselhou a todos os Conselhos de Administração dos grandes centros hospitalares a terem "cautela" e "prudência" na decisão de vacinar todos os enfermeiros ao mesmo tempo.

A razão prende-se com o facto de alguns profissionais terem manifestado, após a segunda toma da vacina contra a Covid-19, "efeitos secundários incapacitantes".

Uma situação que, segundo a Ordem, os obrigou a ficarem em casa, sem puderem trabalhar. As reações adversas mais indicadas pelos profissionais de saúde são dores fortes, febre, astenia, mialgias intensas e cefaleias.

Ao Notícias ao Minuto, o Infarmed esclarece que estes efeitos indesejados descritos no comunicado da Ordem não são novidade. Estão, aliás, "descritos no Resumo das Características do Medicamento (RCM) e eram, portanto, esperados".

A Autoridade do Medicamento adianta ainda que, de acordo com o balanço feito até às 16 horas desta quinta-feira, as notificações recebidas pelo Infarmed revelavam "uma incidência de efeitos indesejáveis em cerca de < de 1% de todos os cidadãos vacinados".

Até aquela data, sublinhe-se ainda, tinham sido administradas cerca de 190 mil doses de vacina em Portugal continental, das quais 168 mil correspondem à primeira dose. Até agora, a segunda dose foi apenas administrada a profissionais de saúde.

Na sequência dos relatos dos profissionais - que o presidente da seção do Centro disse, à TSF, serem 10 distribuídos pelos centros hospitalares da Universidade de Coimbra, Figueira da Foz e Oeste - levou o responsável da Ordem a apelar a todos os Presidentes dos Conselhos de Administração daquela área de abrangência para que "acautelem esta situação e possam dar seguimento ao plano de vacinação estipulado, de forma faseada, para que não se verifiquem problemas acrescidos na disponibilização de recursos humanos para os diversos serviços hospitalares, incluindo as áreas Covid".

Questionada pelo Notícias ao Minuto, a bastonária diz ter conhecimento destes relatos, não sabendo, contudo, quantos enfermeiros tiveram de ficar em casa devido aos efeitos secundários da vacina.

Portugal já administrou, até ao momento, 212 mil vacinas contra a Covid-19.

A vacinação arrancou no final do passado mês de dezembro começou pelos profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes, e entretanto, já durante este mês, foi alargada aos profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos; profissionais e residentes em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) e instituições similares; e profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

A partir do próximo mês, e se o plano não sofrer alterações, começam a ser vacinadas pessoas de idade ≥ 50 anos, com pelo menos uma das seguintes patologias: Insuficiência cardíaca; Doença coronária; Insuficiência renal (Taxa de Filtração Glomerular < 60ml/min); (DPOC) ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.

Esta sexta-feira ficou a saber-se que o grupo de trabalho para o plano de vacinação contra a Covid-19 está a preparar uma proposta para incluir os titulares de altos cargos de decisão e os bombeiros entre os prioritários a vacinar.

Numa entrevista ao jornal Expresso, o coordenador da task-force, Francisco Ramos disse que está a ser trabalhada uma proposta "para que possam ser incluídos entre os prioritários os titulares de altos cargos de decisão", considerando que "é essencial estarem protegidos".

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