"Tolerância zero" para desvio de vacinas. Task force cria novas listas

António Lacerda Sales revelou, esta segunda-feira, que considera "inaceitáveis" as situações de desvios de vacinas que têm vindo a público. Para evitar estas situações, a task force responsável pelo plano de vacinação contra a Covid-19 criou listas suplementares.

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Filipa Matias Pereira
01/02/2021 15:36 ‧ 01/02/2021 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde condenou, esta segunda-feira, os desvios de vacinas contra a Covid-19, classificando essas situações de "inaceitáveis". O Governo terá, por isso, "tolerância zero".

Muitos dos casos de desvios de vacinas que têm vindo a público são justificados pela necessidade de evitar o desperdício. Com efeito, para contornar essa situação, anunciou António Lacerda Sales, a task force responsável pelo plano de vacinação contra a Covid-19 criou listas suplementares e o "processo tem corrido bem, na generalidade".

Estas listas suplementares obedecem "ao plano de vacinação e aos critérios de priorização", acrescentou.

Em relação ao facto de a vacina da AstraZeneca estar a ser recomendada apenas a pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, o governante assegurou que, em Portugal, a questão ainda está sob análise.

"Estamos a estudar e a ponderar. Essa é uma matéria de análise a nível internacional e recorreremos à melhor evidência científica. É evidente que, se se vier a comprovar que essa vacinação é preferível em pessoas com menos de 55 anos, adequaremos [a vacinação]. Se assim não for, manteremos o processo de vacinação".

Em declarações aos jornalistas em Faro, onde está a acompanhar a situação epidemiológica e a resposta à pandemia, o governante destacou ainda a importância dos "mecanismos de cooperação internacional", que significam que "existe Europa e que existe solidariedade na Europa. Se vier a ser necessária outra capacidade para além da nossa, obviamente que recorreremos [a ajuda internacional], não há qualquer problema nisso, aceitaremos essa ajuda".

Portugal atravessa a terceira vaga de Covid-19 e, numa altura em que os hospitais estão sobrelotados, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde reforçou que, em comparação com março do ano passado, o país tem agora melhor capacidade de resposta em termos de equipamentos a utilizar em unidades de cuidados intensivos. "Duplicámos a capacidade de ventilação mecânica, temos mais de dois mil ventiladores e mais de 1.100 camas estão a ser utilizadas para doentes Covid", assegurou.

Portugal registou hoje 275 mortes relacionadas com a Covid-19 e 5.805 casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS). Desde março de 2020, Portugal já registou 12.757 mortes associadas à Covid-19 e 726.321 casos de infeção.

[Notícia atualizada às 16:11]

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