Gomes Cravinho quer reforço do diálogo entre UE e África na Defesa
O ministro da Defesa Nacional quer reforçar o diálogo político entre a União Europeia e os decisores africanos, por considerar que é insuficiente apesar de a maior parte das missões militares europeias serem quase todas em África.
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País UE/Presidência
Inicialmente prevista para 2 e 3 de março, a cimeira informal dos ministros da Defesa da União Europeia foi adiada para "finais de maio" para que possa decorrer em formato presencial, em Lisboa, anunciou João Gomes Cravinho.
"Aquilo que eu tenho previsto para a ministerial informal é convidar um conjunto de ministros e contrapartes africanos para dialogar com os ministros da Defesa europeus. Porque as missões europeias são quase todas em África e no entanto o diálogo político com os decisores africanos é insuficiente, nós precisamos de fazer essa ponte, melhorar essa ponte", disse, em entrevista à Lusa.
De acordo com Gomes Cravinho, já aceitaram o convite para a reunião informal da Defesa vários ministros da Defesa de países africanos e líderes de organizações regionais, como o presidente da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e da organização regional para o corno de África, que agrega sete países da África austral.
Uma segunda vertente que o ministro português quer introduzir na "construção da identidade europeia da Defesa" , tipicamente mais focada na dimensão terrestre, é uma maior importância à componente marítima.
"Com a nova centralidade do Atlântico e a [importância] que os mares têm para o nosso comércio e com o recrudescimento de pirataria no Golfo da Guiné", o facto de as "sociedades serem cada vez mais dependentes de comunicação que é submarina e com as vulnerabilidades que dai resultam", defendeu, é necessário ter na "identidade europeia de defesa uma dimensão marítima que tem sido subvalorizada".
O governante sublinhou que o Fundo Europeu de Defesa vai entrar em funcionamento durante a presidência portuguesa da EU, instrumento que permitirá financiar projetos de investimento na área militar e da defesa com retorno para a economia europeia, disse.
Gomes Cravinho destacou ainda a chamada "Bússola Estratégica", um documento orientador que visa "ser o guião para a identidade europeia da Defesa" que traduza as prioridades da Estratégia Global da União Europeia e as consequentes missões.
Apresentada pelos ministros da Defesa da UE em junho de 2020, a "Bússola Estratégica" abarca três fases: uma análise de ameaças à UE, o estabelecimento de objetivos estratégicos para reforçar a UE enquanto ator de segurança e defesa e a criação de orientações políticas para procedimentos de planeamento militar.
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