"Em maio vamos estar muito mais seguros. Até lá, temos de ter cuidado"
O virologista Pedro Simas, investigador do Instituto de Medicina Molecular, confia na eficácia da vacina. Contudo, admite que o novo coronavírus "não vai desaparecer".
© Redes Sociais / Pedro Simas
País Covid-19
O virologista Pedro Simas defendeu, esta terça-feira, dia 2 de março, na TVI24, que a solução para sair da crise sanitária, em que vivemos há um ano devido à pandemia da Covid-19, está no plano de vacinação.
De acordo com o investigador do Instituto de Medicina Molecular é a vacinação que vai mesmo "determinar o ano".
"Quando se atingir 100% de imunidade ou de vacinação dos grupos de risco, o problema da pandemia está praticamente resolvido, porque temos uma vacina muito eficiente na proteção contra a morte e a doença severa, e esse é que é o problema da pandemia", explicou.
Contudo, segundo o especialista, "o vírus não vai desaparecer", "vai ser um vírus endémico".
"Como o vírus continua a permanecer na comunidade, as pessoas que estão vacinadas vão ser expostas ao vírus e essa exposição ao vírus, na maior parte das vezes, vai resultar numa exposição sem infeção ou então numa infeção assintomática e ligeira. Por isso o que é importante é que a vacina confira longevidade suficiente para resolvermos a pandemia e salvar vidas", esclareceu.
Ainda durante a mesma intervenção, no dia em se assinala um ano desde a chegada da Covid-19 a Portugal, Pedro Simas afirmou que dentro de dois meses o país estará "muito mais seguro" se, até lá, tivermos "muito cuidado" para não corrermos o risco de uma quarta vaga.
"Se a vacinação correr como está planeado, em que no fim de abril temos a primeira fase do plano executada, temos o problema bastante resolvido. Atrevo-me a dizer na ordem dos 100%, porque é onde estão os grupos de risco. Depois temos a segunda fase e, em maio, vamos estar numa situação muito diferente de agora, muito mais segura. Até lá, temos de ter muito cuidado na maneira como desconfinamos. O controlo da disseminação do vírus depende de duas coisas: do comportamento da sociedade individualmente e do apoio do Estado. As pessoas podem colaborar respeitando as regras de distanciamento físico, usando a máscara e colaborando com as autoridades, por exemplo, nos inquéritos epidemiológicos, nos rastreios, nas quarentenas e na testagem. É nesta interação que vai estar a chave para o desconfinamento", garantiu o virologista.
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