A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta quinta-feira, dois suspeitos de matar Lucas Miranda, o rapaz de 15 anos encontrado num poço em Palmela, distrito de Setúbal, no passado mês de fevereiro, avançou a SIC Notícias.
A Polícia Judiciária (PJ) confirmou a detenção, entretanto, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, adiantando na mesma nota que os suspeitos são dois jovens, de 16 e 17 anos, que viviam na mesma instituição do adolescente assassinado. Ambos vão agora responder pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.
O crime, segundo a PJ, terá ocorrido no dia 15 de outubro do ano passado, num terreno abandonado, contíguo às instalações da instituição.
Tanto os arguidos como a vítima já se tinham ausentado, "injustificadamente e por diversas vezes", da instituição, o que fez pressupor que o desaparecimento da mesma se devesse a mais uma das suas fugas.
Após o homicídio, o cadáver "foi arremessado para o interior de um poço seco localizado nas imediações, sendo ocultado com terra", pelo que só foi localizado em fevereiro.
Os detidos serão agora presentes a primeiro interrogatório judicial, no qual serão sujeitos às medidas de coação processual adequadas.
Recorde-se que Lucas estava desaparecido há quatro meses quando o seu corpo foi encontrado pelas autoridades, no interior de um poço, enrolado num lençol e em avançado estado de decomposição.
Durante esses meses, a mãe adotiva questionou várias vezes a investigação das autoridades.
À SIC Notícias, fonte da PJ confirmou que, ao longo dos meses, chegaram várias pistas sobre o paradeiro de Lucas, mas quase sempre vagas. Cerca de um mês e meio depois do desaparecimento, já sabiam que o jovem estava morto, contudo, faltava encontrar o corpo.
Em fevereiro, o pai de um rapaz que estava na mesma instituição que o adolescente assassinado apresentou uma denúncia que levou os inspetores ao local onde se encontrava o corpo.
O poço encontrava-se a poucos metros da instituição para onde o jovem foi levado, a 2 de outubro, por decisão da Comissão de Proteção de Crianças e jovens, depois de a mãe ter pedido ajuda. Lucas tinha-se tornado agressivo e recusava tomar a medicação para uma perturbação mental, descoberta durante o primeiro confinamento.
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