"Relativamente ao número de pessoas que ficaram por vacinar, são perto de 120 mil pessoas em que adiámos a vacinação uma semana. Portanto, vamos recuperar muito rapidamente essa vacinação e vamos continuar a vacinar outras pessoas além dessas 120 mil. Mais uma semana, semana e meia, e temos o plano recuperado como se não tivéssemos feito nenhuma pausa", disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, adiantando que a administração da vacina da farmacêutica anglo-sueca será retomada na segunda-feira.
Numa conferência de imprensa conjunta com a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e Direção-Geral da Saúde (DGS), o responsável pelo processo de vacinação notou ainda que as reservas existentes são apenas "para segundas doses", sobre as quais é feita "uma gestão muito cuidadosa para antecipar ao máximo a vacinação das primeiras doses".
No plano de recuperação do atraso está a vacinação dos professores e auxiliares do pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico, que deve ser efetuada no fim de semana de 27 e 28 de março, depois de ter estado inicialmente agendada para este fim de semana.
Depois de uma investigação nos últimos dias do Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento (EMA), a diretora executiva do regulador europeu, Emer Cooke, explicou hoje que a administração da vacina da AstraZeneca "não está associada a um aumento do risco de eventos tromboembólicos responsáveis pelos coágulos sanguíneos" nas pessoas vacinadas.
Emer Cooke sublinhou que estes foram episódios "raros, mas bastante graves" de um total de mais de sete milhões de pessoas vacinadas na União Europeia com o fármaco da AstraZeneca e de 11 milhões no Reino Unido. "As pessoas podem confiar na vacina", assegurou Emer Cooke, reforçando que estes não são casos "inesperados [...] porque se está a vacinar milhões e milhões de pessoas".
O aval da EMA surgiu um dia depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) também ter recomendado a continuação da administração da vacina da AstraZeneca contra a covid-19. "Neste momento, a OMS estima que o balanço risco/benefício está a inclinar-se a favor da vacina AstraZeneca e recomenda que as vacinas continuem" a ser administradas, disse o organismo em nota divulgada na quarta-feira.
Em Portugal já morreram 16.743 pessoas com covid-19 dos 816.055 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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