"O que foi de algum modo afetado pela pandemia tem a ver com termos pela primeira vez um planeamento plurianual de admissões e não foi possível. Quando as universidades estavam fechadas e as escolas fechadas, ter incorporações [na PSP e GNR] seria um risco para a saúde", disse Eduardo Cabrita, em entrevista à agência Lusa.
O plano plurianual de admissões prevê a entrada de 10 mil elementos para as forças de segurança até 2023 e estava previsto ter começado em 2020 com um curso com dois mil novos elementos para a PSP e GNR.
"Estivemos abaixo disso em 2020 fruto da pandemia, mas vamos ter níveis adicionais de recrutamento, quer em 2021 quer nos anos seguintes", anunciou, sustentando que ter uma programação plurianual "é essencial", mas o primeiro ano deste plano foi afetado pela pandemia de covid-19.
O ministro sublinhou que no ano passado foram "recrutadas menos pessoas" do que estavam previstas, não se tendo iniciado qualquer curso na GNR e na PSP apenas se realizou uma incorporação em dezembro com quase 800 alunos.
"Estamos aqui num tempo particularmente difícil e portanto é evidente que a pandemia ao cair-nos em cima de todos, ao cair no primeiro ano desta programação plurianual veio afetar. Em 2020 recrutámos menos pessoas do que devíamos ter feito", precisou.
Eduardo Cabrita avançou com a abertura de concursos "para reservas de recrutamento significativas", uma vez que o Orçamento do Estado deste ano permitiu "uma transição de saldos não utilizados", possibilitando a recuperação em 2021 e nos próximos anos "daquilo que foi um menor recrutamento em 2020".
Nesse sentido, o governante anunciou que, em abril, vai ter início um novo recrutamento na GNR com um modelo em que entram 200 a 300 formandos em cada dois meses, totalizando 1400 até ao final do ano.
"Em vez de termos um grande recrutamento vamos ter faseadamente 1.400 novos militares da GNR a iniciarem a sua formação entre abril e dezembro. Isto significa o maior quadro de recrutamento desde há bastantes anos", frisou.
Relativamente à Polícia de Segurança Pública, o ministro afirmou que está a decorrer uma nova reserva de recrutamento que prevê também o início de formação de 1200 elementos.
"Não me recordo neste século de nenhum recrutamento desta dimensão", disse, recusando que exista um problema de recrutamento nas forças de segurança.
Quando questionado sobre o curso de formação que começou no ano passado na PSP, mas que apenas entraram 793 candidatos para 1000 vagas, o governante referiu que se tratava de "um recrutamento antigo".
Para o ministro, o problema muitas vezes reside na falta de habitação para os novos polícias que são colocados sobretudo em Lisboa.
De acordo com Eduardo Cabrita, este problema tem uma resposta no Orçamento do Estado e no Plano de Recuperação e Resiliência em que passa por dar prioridade às condições de alojamento adequadas aos jovens polícias.
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