Um homem de 64 anos foi detido pela Polícia Judiciária de Lisboa por ser suspeito da prática de, pelo menos, 20 crimes de falsificação ou contrafação de documento, 13 crimes de burla qualificada e, ainda, um crime de detenção de arma proibida.
A PJ começou a investigar o caso no ano passado, depois de uma pessoa ter apresentado uma queixa, na qual indicava que estava a ser "instada por instituições de crédito e sociedades financeiras a pagar empréstimos que não tinha contraído e relativamente aos quais as mensalidades se encontravam em atraso".
Ora, a investigação levada a cabo permitiu à PJ não só a identificar o presumível autor, como apurar que o caso do queixoso não era único. De facto, pode ler-se na nota enviada às redações, "o suspeito apropriava-se dos originais ou de fotocópias de documentos de identificação de várias pessoas", que depois modificava para abrir contas de depósito à ordem e celebrar contratos de empréstimo em nome das vítimas.
Para que os contratos fossem aceites pelas instituições bancárias, o autor alterava os dados dos documentos, recorrendo, para tal, a técnicas informáticas como reprodução, digitalização, fotomontagem e edição de imagem. O suspeito alterava não só as fotografias, como as assinaturas.
O homem é ainda acusado de usar as técnicas informáticas para produzir outros documentos e carimbos de certificação de fotocópias, comprovativos de morada, comprovativos de rendimentos ou de remunerações e, ainda, declarações fiscais.
Para evitar que as vítimas descobrissem os contratos de crédito, e para poder ir controlando o processo, o suspeito indicava moradas que eram controladas por si, algumas delas que correspondiam a prédios devolutos e abandonados, onde chegou a instalar caixas de correio.
Até à data, a PJ apurou que o autor utilizou quatro identidades, em nome das quais abriu contas, celebrou contratos de empréstimo e de cartões de crédito. No total, os prejuízos totalizam quase 80 mil euros.
Parte dos factos, refira-se ainda, foram praticados enquanto o arguido estava a cumprir uma pena anterior a que tinha sido condenado, no regime de dias livres. O suspeito cumpria reclusão apenas aos fins-de-semana.
Além da detenção, a Polícia Judiciária realizou também buscas domiciliárias e apreendeu equipamentos informáticos, documentação e outros objetos utilizados nos crimes.
O detido vai ser presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.
Leia Também: PJ e Inspeção do Ambiente colaboram na área do crime ambiental