"Portugal condena veementemente o ataque terrorista à vila de Palma, na província de Cabo Delgado, em Moçambique", referiu uma nota do MNE enviada à comunicação social.
"Acompanhamos a situação com preocupação e em comunicação próxima com as autoridades moçambicanas. Reiteramos a nossa solidariedade para com as autoridades e o povo moçambicano", acrescentou o documento.
O ministério sublinha também o "empenho de Portugal no reforço da cooperação com Moçambique", não só a nível bilateral como da União Europeia, "com vista a apoiar a estabilização da situação na província de Cabo Delgado".
No comunicado, o Governo não faz referência a cidadãos portugueses afetados pelo ataque terrorista iniciado na quarta-feira.
O Ministério da Defesa de Moçambique confirmou hoje, numa declaração à imprensa, um ataque armado à vila de Palma, apontando que "as forças de defesa e segurança estão a perseguir o movimento do inimigo e trabalham incansavelmente para restabelecer a segurança e a ordem com a maior rapidez".
O coronel Omar Saranga, porta-voz do Ministério da Defesa moçambicano, admitiu que as comunicações com Palma estão interrompidas, não havendo, até ao momento, informação sobre vítimas e danos causados.
Na declaração de hoje, Omar Saranga referiu que o ataque realizado por grupos armados começou às 16:15 (14:15 em Lisboa) de quarta-feira, hora em que "terroristas atacaram a vila de Palma em três direções: cruzamento de Pundanhar - Manguna, via de Nhica do Rovuma e o aeródromo".
O Ministério da Defesa apelou para a população "se manter vigilante e serena enquanto procura espaços seguros", pedindo colaboração com as autoridades, "denunciando os terroristas e homens armados para a sua neutralização".
Várias fontes disseram na quarta-feira à Lusa que a população de Palma estava a abandonar a vila e a refugiar-se na mata, cenário também confirmado pelo Ministério da Defesa.
Ainda segundo testemunhos, trabalhadores de diferentes nacionalidades ligados a obras na região de Palma, onde decorrem os projetos de gás do norte de Moçambique, fugiram juntamente com a população após o ataque de grupos armados à sede de distrito, segundo testemunhos.
A vila acolhe várias empresas e pessoal devido aos investimentos ali em curso.
O número de trabalhadores afetados e nacionalidades é incerto, mas algumas fontes relataram à Lusa a situação em Palma, que até aqui tinha sido poupada a três anos e meio de insurgência armada em Cabo Delgado, que está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.