O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, revelou esta segunda-feira, em entrevista à RTP 1 que a embaixada portuguesa em Maputo já enviou para Pemba uma equipa que tem “como missão não só referenciar todos os portugueses, como também contactar todas as 15 empresas portuguesas” estabelecidas na vila moçambicana, atacada por um grupo terrorista na passada quarta-feira, dia 24 de março.
Além desta equipa portuguesa, o governante confirmou o envio de cerca de 60 militares portugueses que vão para Moçambique dar formação às forças especiais do país.
De acordo com Santos Silva, os militares portugueses não vão combater, visto que, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já deixou claro que quem tem de defender “a terra moçambicana são os soldados moçambicanos”.
Recorde-se que, na passada quarta-feira, o Daesh entrou em Palma, incendiou aldeias inteiras e matou dezenas de pessoas, incluindo sete cidadãos que tentavam fugir do principal hotel da vila, localizada no norte de Moçambique.
Esta violência, que já dura há vários anos, está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e milhares de mortos.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo Daesh, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
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