Aproximando-se uma nova fase do desconfinamento “a conta-gotas”, como lhe chamou o primeiro-ministro em março, Luís Marques Mendes afirmou, no seu espaço de opinião da SIC Notícias, este domingo, que existe um “sentimento de um certo alívio” e “de esperança”, mas também “de alguma preocupação”.
“Primeiro porque a situação na Europa é má e nós não somos uma ilha na Europa”, indicou o comentador político, acrescentando que o período da Páscoa “pode gerar mais contactos e mais contactos são, geralmente, mais contágios”, algo que só será realmente claro “daqui a umas duas semanas”.
O principal motivo de preocupação, apontou Marques Mendes, é, porém, o índice de transmissibilidade (Rt) do novo coronavírus. “Segundo dados que tenho, já do dia de hoje [domingo], o R(t) aqui no continente já está em 1”, avançou.
O conselheiro de Estado revelou que a incidência cumulativa a 14 dias é de 62,8 casos por 100 000 habitantes, que o valor de R(t) a nível nacional subiu para 0,98 - o mais recente boletim epidemiológico situava-o nos 0,97 -, mas que “o fator mais perigoso é que o R(t) aqui no continente que já está em 1”.
Recorde-se que António Costa tinha advertido que as medidas da reabertura seriam revistas sempre que Portugal ultrapassasse “120 novos casos por dia por 100 mil habitantes a 14 dias” ou sempre que o índice de transmissibilidade do vírus SARS-CoV-2 ultrapassasse 1.
“O futuro está nas mãos da cada um de nós”, indicou o social-democrata, apelando a que as pessoas se comportem “com toda a correção e com todos os cuidados” para que não tenha que se “interromper as próximas fases de desconfinamento”.
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